O líder do PPM/Açores, Paulo Estêvão, disse hoje, no parlamento açoriano, que o partido, que integra o Governo Regional, perdeu a confiança política no secretário dos Transportes, Turismo e Energia, Mário Mota Borges.
Na comissão de Economia da Assembleia Regional, Paulo Estêvão disse ter uma “grande insatisfação acumulada” com o desempenho de Mota Borges “em muitas questões”, como no caso dos “transportes marítimos” e dos “encaminhamentos” entre as ilhas.
“É inadmissível que vossa excelência não venha aqui explicar de forma absolutamente estruturada, lógica e fundamentada as posições que tomou. Portanto, vossa excelência a minha confiança política não a tem, senhor secretário”, atirou Estêvão.
Mota Borges tinha sido chamado ao parlamento regional pelo PPM para prestar esclarecimentos sobre a não renovação da comissão de serviço de Marco Castanheira de Oliveira como vogal do Fundo Regional de Apoio à Coesão e ao Desenvolvimento Económico.
O secretário regional disse que o antigo vogal do Fundo “ultrapassou linhas vermelhas” e “não aceitou cumprir ordens escritas” da secretaria.
“Não me revejo nas suas atitudes e nas suas tomadas de decisão e muito menos nas suas justificações”, atirou Estêvão.
O líder do PPM, que integra o executivo açoriano juntamente com o PSD e o CDS-PP, considerou que as explicações do governante “não colhem” e criticou a ausência de “sentido de responsabilidade” de Mota Borges.
“Estou bastante insatisfeito em relação ao seu desempenho. Evidentemente, do ponto vista político, eu faço a minha própria interpretação porque a manutenção do senhor em funções depende do apoio de diversos partidos”, afirmou o monárquico.
O secretário regional disse que aceitou fazer parte do governo liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro com “espírito de missão”.
“Quando fui convidado para exercer as funções sabia que isto era uma missão, mais do que outra coisa qualquer. E, como qualquer missão, tem um dia de início e tem um dia de fim”, afirmou.
E acrescentou: “quando vim, sabia que tinha de fazer esse percurso com espírito de missão e sabia que quando saísse tinha de conviver com a consciência daquilo que tinha feito e de dever cumprido. É essa a minha orientação e é essa a minha preocupação”.
Em 30 de novembro, o presidente do Governo dos Açores disse que não se sentia pressionado para efetuar uma remodelação no executivo regional, depois de vários órgãos de comunicação social e o Chega terem anunciado que estaria para breve uma mudança nos membros do governo.
O Governo dos Açores, de coligação PSD/CDS-PP/PPM, é suportado no parlamento pelos partidos do governo e pelo Chega, IL e deputado independente.
Lusa