O deputado do Partido Popular Monárquico acusou, esta quinta-feira, o Governo Regional de negligência, ao “continuar a ignorar os sucessivos alertas feitos” sobre a necessidade de construir uma cantina escolar na EBS Mouzinho da Silveira, na ilha do Corvo.
Paulo Estevão assumindo a posição do Ministério da Educação, defende que “a escola sendo o local onde muitas crianças comem frequentemente e onde passam a maior parte do dia, deve assumir um papel ativo no processo de educação alimentar, como local vivo e privilegiado de aprendizagem. O almoço escolar deve constituir uma oportunidade para fornecer os nutrientes essenciais e, simultaneamente, permitir o desenvolvimento de preferências alimentares saudáveis, variadas e equilibradas”.
Ressalvando que “nos Açores, com exceção da Escola do Corvo, todas as escolas do sistema educativo regional contam com refeitórios escolares, acautelando também o fornecimento de refeições escolares aos alunos carenciados durante as interrupções letivas e as férias escolares”, o deputado do PPM questiona o Executivo por que razão os 55 alunos da ilha do Corvo não podem beneficiar de uma cantina escolar e dos apoios que são concedidos a todas as outras crianças e jovens açorianos, querendo ainda saber qual a “lei que estabeleceu alguma exceção para o Corvo”.
“É assim que se pretende fixar população nas ilhas mais pequenas e despovoadas? Que sentido faz a manutenção desta discriminação abjeta dos alunos corvinos?” – Questionou ainda Paulo Estevão, após ter denunciado esta situação por algumas vezes durante plenários legislativos e também lhe fez-lhe referência na reunião que manteve com o Presidente do Governo Regional a propósito da elaboração do Plano e do Orçamento da Região para 2017, sem que no entanto esteja contemplada verba para tal no Plano Anual para 2017.
Nesse sentido a representação Parlamentar do PPM entregou na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, um Projeto de Resolução que recomenda ao Governo Regional “a urgente construção de um refeitório escolar e o fim da discriminação ao nível do fornecimento das refeições escolares”, informando ainda em conferência de imprensa que no âmbito da discussão do Plano e do Orçamento para 2017, apresentará propostas de alteração destinadas a promover o mesmo objetivo.
“Estas famílias e estas crianças não clamarão – por recato e vergonha – por este apoio, mas necessitam dele. Basta olhar para os dados oficiais: 22 alunos integrados nos dois primeiros escalões da Ação Social Escolar”, esclareceu, referindo que algumas dessas crianças não estarão a alimentar-se equilibradamente, situação que, segundo Paulo Estevão” já foi detetada pelo pessoal docente e de apoio à atividade escolar”.
Açores 24Horas