O Partido Popular Monárquico considerou hoje, que “as reações do Secretário Regional da Educação e Cultura aos sucessivos maus resultados que o sistema educativo açoriano tem vindo a registar em todas as análises comparativas com o resto do país, merecem uma entrada direta nas melhores posições do ranking do anedotário político regional e nacional”.
As reações surgem após declarações do Secretário Regional da Educação e Cultura, que após apresentação dos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA, na sigla inglesa), no início de dezembro, manifestou “estar em júbilo” com o facto de a região estar a aproximar-se da média nacional, destacando a “situação única” dos Açores na avaliação PISA 2015.
Esta leitura do documento leva o deputado regional Paulo Estevão, a conclui “sem júbilo, que o Secretário Regional da Educação e Cultura é, atualmente, o maior produtor de notícias falsas da Região Autónoma dos Açores”, declarando que “a verdade é completamente diferente da notícia falsa lançada por Avelino Meneses”.
“No PISA 2015, os Açores registaram, em todos os domínios analisados, pontuações significativamente abaixo da média nacional e da OCDE. Em 2015, Portugal obteve 501 pontos na literacia científica (os Açores 470 e a Madeira 487), 498 em leitura (os Açores 470 e a Madeira 487) e 492 na Matemática (os Açores 462 e a Madeira 490). Entre 2006 e 2015 (os únicos resultados que se podem comparar, na medida em que a participação dos Açores em 2009 foi estatisticamente irrelevante e que em 2012 a Região não participou), Portugal subiu, na literacia científica, uns impressionantes 27 pontos (de 474 para 501). No mesmo período, os Açores variou o seu resultado apenas 7 pontos (pelo contrário, a Madeira progrediu 21 pontos). Os Açores estavam, em 2006, a 11 pontos da média nacional na literacia científica. Agora estão a 31 pontos. Um desastre!”, esclareceu o deputado do PPM.
“Nem sequer o patético argumento do “último, do penúltimo e do antepenúltimo” – o que só por si revela a nula ambição de melhoria do Secretário da Educação – corresponde à verdade. O Relatório PISA 2006 utilizou as NUTS II (constituídas por sete unidades, das quais cinco no continente – Norte, Algarve, Centro, Alentejo e Área Metropolitana de Lisboa – e as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira) enquanto unidades territoriais de análise estatística. O Relatório PISA 2015 utilizou as NUTS III (constituídas por 25 unidades) enquanto unidades de análise estatística. Não existiu nenhuma alteração na nossa classificação relativa em termos territoriais. Em termos de NUTS II, os Açores continuam a obter a pior classificação nacional, só que agora ainda mais afastados das restantes regiões nacionais”, explicou ainda Paulo Estevão.
No comunicado enviado à redação, o PPM refere que “todas as escolas públicas da Região obtiveram médias negativas no âmbito dos exames do 9.º ano, com exceção da Escola Básica e Secundária das Flores (que apenas realizou 48 provas). A esmagadora maioria das escolas dos Açores encontram-se no fundo da tabela do ranking. No âmbito do Ensino Secundário, os resultados são igualmente péssimos. As escolas dos Açores encontram-se no fundo da tabela dos diversos rankings, a média regional está muito abaixo da média nacional e todos os distritos do país, assim como a Região Autónoma da Madeira, superam a média geral dos Açores. Somos mesmo os últimos”.
Considerando o PPM que “a fuga à realidade por parte do Secretário da Educação e Cultura não pode continuar”, a Representação Parlamentar do PPM decidiu incluir na sessão de perguntas com resposta oral – já programadas para o PISA, no âmbito do Plenário de janeiro – a análise dos resultados obtidos pelas escolas açorianas nos exames nacionais de 2016.
“Pretendemos resgatar o Secretário Regional da Educação e Cultura, logo depois do Natal, do mundo alternativo e de fantasia onde o mesmo se exilou”, disse Paulo Estevão.
SM/Açores 24Horas