O deputado do PPM na Assembleia Legislativa dos Açores, Paulo Estêvão, alertou hoje para a situação de “completo abandono” do Centro de Processamento de Resíduos do Corvo, que está “desativado” devido a estragos causados pelo mau tempo.
“Há mais de seis meses que o Centro se encontra nesta situação. O telhado foi arrancado e até agora não foi reparado. Chove nas instalações, não há eletricidade e a maquinaria está a degradar-se”, disse o deputado em conferência de imprensa, lembrando que em causa está “um investimento de quase 700 mil euros” numa ilha que “é Reserva da Biosfera”.
Segundo Paulo Estêvão, que apresentou fotografias a comprovar o estado de degradação da infraestrutura, ao longo dos últimos meses nada foi feito para resolver o problema, considerando que bastava colocar um plástico para proteger a maquinaria de uma estrutura inaugurada há um ano.
“Os Serviços do Ambiente foram alertados pelo município e pela empresa concessionária. Ao fim de um ano assistimos a esta degradação incrível das instalações. A triagem já não serve de nada, uma vez que o lixo já está a ser descarregado na lixeira como anteriormente”, apontou o deputado do PPM, que vai pedir “uma análise da situação” no parlamento e exige que o Governo Regional “repare” as instalações.
A construção do Centro de Processamento de Resíduos do Corvo “visou eliminar a lixeira a céu aberto da ilha”, lembrou Paulo Estêvão, acrescentando que a estrutura “deveria receber os resíduos, separá-los de acordo com várias tipologias e encaminhá-los, por via marítima, para Centros de Valorização”.
Paulo Estêvão anunciou, ainda, que vai apresentar no parlamento dois novos Projetos de Resolução, um dos quais “a recomendar a ampliação do lar de idosos (aumento do número de quartos) e a construção de um equipamento onde possam ser armazenadas as mercadorias que a ilha [do Corvo] recebe por via marítima”.
No caso do aumento do lar de idosos, o deputado disse que a valência “não responde às atuais necessidades da ilha”, com “uma população bastante envelhecida”, acrescentando que estão “em lista de espera cinco pessoas”.
Quanto ao caso do armazenamento das mercadorias que chegam por via marítima, frisou que a necessidade deste equipamento “é cada vez mais evidente”, já que a distribuição de mercadorias é feita “no próprio cais, no preciso momento em que as mesmas são desembarcadas”.
“A enorme aglomeração de pessoas no momento do desembarque afeta, claramente, as condições de segurança em que se realiza o mesmo e causa grandes transtornos ao funcionamento dos comércios e instituições da ilha, uma vez que este pode ocorrer a qualquer hora e em diferentes circunstâncias”, sublinhou o deputado do PPM.
Lusa