“Já tínhamos chegado a um pré-acordo. Mas, no âmbito do protocolo que estávamos a tentar concretizar, surgiram grandes diferenças e divergências em relação à visão das duas forças sobre a forma de funcionamento de um grupo parlamentar”, afirmou Paulo Estêvão, presidente do PPM/Açores, em declarações à Lusa, acrescentado que “a decisão foi comunicada ao MPT”.
Paulo Estêvão garantiu, no entanto, à Lusa que a coligação eleitoral, denominada Plataforma da Cidadania, “vai a votos em outubro, mantendo todo o seu programa eleitoral, mas sem integrar o MPT”.
“A Plataforma continua a existir. É um movimento aberto a independentes. O PPM mantém o apoio à Plataforma”, frisou, ao garantir que “dentro de poucos dias serão divulgados apoios de outras forças politicas”.
Paulo Estêvão explicou que as divergências com o MPT residiam em três aspetos, um dos quais relacionado com a constituição do grupo parlamentar.
Segundo Paulo Estêvão, “a Plataforma pretendia um grupo parlamentar único”, pretensão a que se “opunha” o MPT que “defendia dois grupos parlamentares”.
Outra das questões relaciona-se com “a disciplina de voto”, tendo Paulo Estêvão justificado que “a Plataforma defende a definição do voto pelo coletivo e o MPT queria total liberdade de voto”.
A terceira questão onde “o PPM e o MPT não chegaram a acordo” prende-se com a rotatividade dos lugares de deputados.
O dirigente do PPM sublinhou, no entanto, que “não existem nenhumas divergências de caráter pessoal” com o MPT, “apenas diferenças politicais inultrapassáveis”.
Da parte do MPT, o partido refere “lamentar a decisão tomada unilateralmente pelo PPM, bem como as expectativas agora goradas para a criação de uma Plataforma de Cidadania”.
“O Partido da Terra – MPT, que pauta a sua conduta por estritos princípios democráticos, em que a liberdade de expressão é direito inalienável de todos, rejeita toda e qualquer condição que lhe seja imposta para saciar essa mesma liberdade de expressão”, justifica em comunicado.
O MPT reafirma a posição de concorrer nas próximas eleições regionais nos Açores, sublinhando que “mantém total confiança política no seu candidato e representante no arquipélago, o jornalista, Manuel Moniz”.
Lusa