Paulo Estevão, deputado do PPM, refugiou-se, na discussão do Orçamento de 2011, na pena do Mestre Gil Vicente para satirizar e criticar a ação política do governo socialista de então, utilizando à altura o “Auto da Barca do Inferno”. Daí para cá fez o “Triunfo dos Porcos” e muitos outros discursos colados ao génio de autores intemporais. “Nada resultou”, afirma Estevão.
“Eles, os socialistas, continuaram a ganhar as eleições e eu a perdê-las. Fico sempre – não sei como posso dizer isto de uma forma que pareça um pouco menos autocomplacente – a uma certa distância. Nada, no entanto, que me quebre o ânimo”, adiantou, pois regressou à trilogia das barcas de Gil Vicente, desta feita, com o “Auto da Barca da Glória”, onde condenou “todo o Governo ao Inferno”.
Após elencar, os “pecados” do palco governativo, Paulo Estevão revela “que o Presidente Vasco Cordeiro anda a evitar-me nos últimos tempos. Mas eu já sei porquê e qual é o plano dele. Como pretende evitar a minha barcaça infernal e que eu o recambie para o Inferno, algo que estou mortinho por fazer”.
“Depois de afundar o “Atlântida e o Anticiclone”, impedindo assim que a sua alma me chegue por via marítima, o Presidente do Governo Regional está empenhado em acabar
com as ligações aéreas que a SATA ainda assegura aos açorianos. A verdade é que de nada vale ter um “Mare Nostrum” sem navios e um “Céu Nostrum” com uma empresa de aviões em voo picado para a falência”, reforça o parlamentar do PPM. “Sem aviões e sem navios, não existe nenhuma forma de chegar aqui”, concluiu.
O PPM votará contra o Palo e Orçamento 2020. Para Paulo Estevão, “este é um Orçamento que só tem um objetivo. Eternizar o partido governamental no poder. Não tem nenhuma verdadeira solução para os problemas que os açorianos enfrentam. Voto convictamente contra este Orçamento. Voto a favor da mudança que o Povo Açoriano anseia. Voto a favor do governo do povo, pelo povo e para o povo”, disse.