PPM quer acabar com preferênci​a regional na colocação de professore​s nos Açores

O PPM defendeu hoje o fim da preferência de colocação de professores nos Açores licenciados pela universidade da região, considerando que exclui os melhores docentes e é um dos motivos para os resultados “catastróficos” nos exames nacionais.
Numa conferência de imprensa em Ponta Delgada, o deputado do Partido Popular Monárquico (PPM) no parlamento dos Açores, Paulo Estêvão, anunciou que provocará um debate de urgência na assembleia regional, em setembro, dedicado à educação, depois de as médias dos exames nacionais no arquipélago, sobretudo nas provas do 6.º e 9.º anos, se terem revelado “catastróficos” e os piores do país.
Para Paulo Estêvão, uma das razões para estes resultados é o “sistema protecionista” que visa “dar emprego a quem tirar o curso na Universidade dos Açores”, dando prioridade a esses licenciados no concurso de colocação de professores na região.
Com esta preferência regional, um professor com média de 10 fica à frente de outro que tenha acabado o curso com 20 noutra universidade do país, exemplificou o deputado, defendendo o fim deste sistema, para as escolas açorianas poderem ter um universo de recrutamento igual ao nacional e terem possibilidade de ir “buscar os melhores”.
Segundo afirmou o deputado, “vários estudos” revelam que a exigência do recrutamento de professores é “fator fundamental” nos resultados escolares.
“Porque é que somos os piores do país? Porque não temos o melhor sistema de recrutamento de docentes, porque tínhamos lideranças arcaicas e porque tínhamos um sistema burocrático muito pesado [nas escolas]. Por isso é que somos os piores. Não são os nossos alunos que têm menos capacidade do que os alentejanos ou os algarvios. E as escolas são boas, as infraestruturas são boas”, afirmou.
Paulo Estêvão lembrou que o Parlamento Regional aprovou recentemente um novo regime de autonomia das escolas, com alterações propostas, também, pelo PPM, visando justamente desburocratizar o sistema, abrir a gestão das unidades à participação da comunidade (e em especial dos pais) e limitar os mandatos dos conselhos executivos.
Considerando ainda que os resultados escolares nos Açores pioraram nos últimos três anos, o deputado monárquico voltou a pedir a demissão da diretora regional de Educação, Graça Teixeira, que assumiu o cargo neste período.
Para o PPM, Graça Teixeira “demonstrou uma incompetência brutal no âmbito da gestão do sistema educativo regional e é hoje o principal fator de instabilidade do sistema”.
“A sua absoluta incapacidade para dar resposta aos problemas logísticos e pedagógicos do sistema educativo é algo que fica patente todos os dias”, acrescentou, referindo que a responsável não conseguiu, por exemplo, responder aos problemas das “carências alimentares” de alunos e que, do ponto de vista pedagógico, as exigências feitas às escolas “são as mesmas de há 10 ou 15 anos”.
Paulo Estêvão voltou ainda a acusar a diretora regional de ter introduzido “um sistema pidesco de perseguição política aos responsáveis escolares não afetos à maioria governamental”, acusação que já fez no último plenário regional e que tanto o Governo açoriano como os deputados da maioria socialista negaram.

 

 

Lusa

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