O Partido Popular Monárquico questionou ontem o Governo Regional, em requerimento enviado ao Parlamento Açoriano, sobre a “desigualdade de tratamento” no acesso aos voos e aos preços praticados pelas “low cost” no Corvo, pela via dos encaminhamentos, considerando que a situação atual é discriminatória para a ilha, porque implica aos interessados uma dormida na ilha de ligação e a todas as despesas a esse facto inerentes, devido aos horários” incompatíveis” das ligações com o exterior.
Recordando que em 2015 Vítor Fraga, então Secretário Regional do Turismo e Transportes, “sublinhou que o novo modelo de acessibilidades à Região … tinha como pressupostos básicos garantir um preço único e transversal a todos os Açorianos, de Santa Maria ao Corvo”, o deputado Paulo Estevão quer saber sobre a possibilidade de o Governo Regional ativar mecanismos que possam ressarcir os passageiros das “low cost” com destino à ilha do Corvo que tenham de suportar despesas acrescidas devido à necessidade de pernoitar nas ilhas Terceira ou São Miguel.
O deputado refere que “a experiência demonstrou que, durante o Verão IATA, o acesso aos encaminhamentos, a partir e para a ilha do Corvo, está muito condicionada. Quem recorre ao encaminhamento durante este período do ano é, quase automaticamente, remetido para as listas de espera, algo que representa uma condicionante que desincentiva gravemente o destino Corvo e afeta o potencial de desenvolvimento turístico da ilha e a acessibilidade dos residentes”, considerando que “nestas condições, o acesso às “low cost” é, como é lógico, fortemente desincentivada”.
Paulo Estevão afirma que “a mudança do Modelo de Transporte Aéreo nos Açores e a igualdade de tratamento, “afiançada” pelo Governo Regional, com garantia de acesso aos voos e aos preços praticados pelas “low cost” – para “os residentes oriundos de todas as ilhas, considerando-se os Açores como aeroporto único e cada uma das suas ilhas num terminal”, não engloba o Corvo, e questiona o Executivo sobre o número de encaminhamentos efetuados pela SATA desde que os mesmos se iniciaram em 2015 e que custos representaram os mesmos ao longo deste período.
“A SATA está em condições – e reconhece essa necessidade – de aumentar a capacidade de resposta em relação ao número de lugares disponíveis para os reencaminhamentos no Verão IATA, no que diz respeito à ilha do Corvo?”, questiona ainda o deputado regional, que deseja ver efetivadas as “condições de igualdade” e ver assegurada a possibilidade de quem deseje usufruir deste serviço possa “aceder aos preços eventualmente mais baixos praticados pelas ”low cost” como preço final, mesmo quando seja obrigado a viajar em voos interilhas para garantir a sua ligação”.
Açores 24Horas