“É necessário fazer um trabalho arqueológico que permita datar aquelas estruturas”, salientou Paulo Estêvão, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, na Terceira, referindo-se a achados arqueológicos realizados na Grota do Medo e no Monte Brasil, naquela ilha, e na ilha do Corvo.
O parlamentar monárquico falava de interpretações avançadas por arqueólogos da Associação Portuguesa de Investigação Arqueológica (APIA) que sugerem que algumas estruturas rochosas nesses locais antecedem o povoamento português, tendo mesmo sido levantada a hipótese da presença dos cartagineses no arquipélago no século IV antes de Cristo.
“Eu próprio tive o cuidado de me deslocar a estas estruturas e devo dizer que fiquei impressionado, porque existe uma série de particularidades que não é fácil explicar, no âmbito e no contexto da colonização portuguesa”, salientou, acrescentando que nalguns casos “não é explícito nem racional” que tenham servido como estruturas de apoio à atividade agrícola, como defendem os arqueólogos que contestam as teorias defendidas pelos associados da APIA.
Paulo Estêvão salientou que o tipo de estudo exigido não é dispendioso, acrescentando que se trata de “verificar uma estrutura que corresponda ao período daquela construção e que os materiais encontrados sejam passíveis de ser datados”.
O deputado considerou que as estruturas podem ter interesse turístico, mesmo que não se venha a comprovar que são anteriores ao povoamento português, tendo em conta que “na pior das hipóteses” têm seiscentos anos.
O projeto de resolução deu hoje entrada na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores e vai baixar à Comissão de Assuntos Sociais, onde Paulo Estêvão vai propor a audição de autoridades de arqueologia e uma visita dos deputados aos locais.
Lusa