O Presidente da República apelou hoje aos pais para pensarem na saúde dos filhos e dos outros concidadãos para que o Estado não tenha que recorrer “a meios obrigatórios de intervenção” na questão do sarampo.
No discurso durante a cerimónia comemorativa dos 111 anos do Edifício Sede da NOVA Medical School, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se à jovem de 17 anos com sarampo, que faleceu hoje de madrugada no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, e pela qual foi feito um minuto de silêncio no início da sessão.
“A minha terceira palavra [pedagogia] dirige-se sobretudo aos pais e aos encarregados de educação portugueses, que serão os primeiros a compreenderem os seus deveres para com os seus filhos, pensando na saúde deles e pensando na saúde dos filhos dos outros portugueses, dos demais concidadãos, num espírito de solidariedade social”, apelou.
Na opinião do Presidente da República, “é a capacidade para compreender isso que permite ao Estado, à administração pública não ter de recorrer a meios obrigatórios de intervenção, acreditando na compreensão de todos para aquilo que são problemas não apenas de saúde individual, mas de saúde pública em Portugal”.
A jovem de 17 anos que morreu com sarampo no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, não estava vacinada, revelou hoje o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, em conferência de imprensa na Direção-Geral da Saúde,onde manifestou solidariedade para com os pais da jovem que morreu e sublinhou a importância da proteção, frisando que a vacinação “é segura e eficaz”.
“Assistimos a um combate muito desleal entre a ciência e a opinião (…). A melhor resposta é a prevenção. É tempo de parar com a opinião e a especulação sobre a evidência científica”, afirmou o governante.
Adalberto Campos Fernandes apelou ainda à população para confiar no sistema de saúde e na capacidade de uma comunidade “solidária e responsável”.
“Não julgamos pais, não fazemos juízos de valor. Por vezes, por falta de informação, são levados a tomar as medidas erradas. O valor da vacina é superior à vantagem individual”, acrescentou.
Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), desde janeiro de 2017 e até hoje foram confirmados 21 casos de sarampo em Portugal, havendo outros 18 casos em investigação. Houve ainda oito casos suspeitos, mas as análises feitas pelo Instituto Ricardo Jorge deram negativo para sarampo.
Açores 24Horas c/Lusa