“Teremos um programa diversificado durante todo o ano”, revelou Paulo Codorniz, vereador da Cultura, numa conferência de imprensa na Casa Vitorino Nemésio, na Praia da Vitória, concelho onde o escritor nasceu, a 19 de dezembro de 1901.
Uma das iniciativas é a edição, como livro de bolso bilingue, da obra ‘Sentado numa pedra de memória’, de Carlos Bessa, sobre a vida de Vitorino Nemésio, que já subiu ao palco do Auditório do Ramo Grande como peça de teatro.
Por outro lado, será apresentado o espetáculo de teatro, cantares ao desafio e música filarmónica ‘Um retorno à ilha da saudade’, de Teresa Valadão, baseado nos livros de Vitorino Nemésio ‘Corsário das ilhas’ e ‘Festa Redonda’.
Depois do Carnaval, terá início um atelier de escrita criativa, orientado por António Couto, da Escola Secundária Vitorino Nemésio.
O programa hoje apresentado integra ainda exposições, conferências e a exibição de filmes e documentários sobre Vitorino Nemésio, na cidade da Praia da Vitória e nas freguesias do concelho.
Para Paulo Codorniz, a promoção da vida e obra de Vitorino Nemésio pode potenciar o “turismo cultural” nos Açores, tendo sugerido a criação de pacotes turísticos de duas semanas que inclua conferências e estudos sobre o escritor, assim como a promoção de um ‘Circuito Nemesiano’, com base no percurso da obra ‘Mau tempo no canal’ pelas várias ilhas dos Açores em que se desenrola.
“Vitorino Nemésio é um dos maiores vultos da cultura portuguesa do século passado e certamente o maior vulto na Praia da Vitória e na ilha Terceira”, frisou o vereador, salientando que, desde 2008, a denominada ‘Casa das Tias’ (de Vitorino Nemésio) já foi visitada por cerca de 12 mil pessoas.
Paulo Codorniz defendeu ainda que a RTP/Açores edite a adaptação televisiva de ‘Mau tempo no canal’ e a coloque à venda na casa onde viveu o escritor.
Vitorino Nemésio nasceu a 19 de dezembro de 1901 na Praia da Vitória, tendo-se destacado como um dos grandes escritores do século XX, recebendo o Prémio Nacional da Literatura em 1965 e o Prémio Montaigne em 1974.
A sua obra mais conhecida é o romance ‘Mau tempo no canal’, cuja história se desenrola nos Açores e foi um dos mais aclamados livros da época.
O escritor, que deu aulas durante 40 anos na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, ganhou popularidade com o programa televisivo ‘Se bem me lembro’, de que era autor e apresentador.
Lusa