Prejúizos da fábrica de açúcar açoriana SINAGA duplicaram em 2012

A fábrica de açúcar da SINAGA, nos Açores, duplicou os prejuízos em 2012 e a sua atividade está cada vez mais “estrangulada” devido ao agravamento dos custos financeiros.
Isso mesmo reconhece o Conselho de Administração da SINAGA (empresa detida maioritariamente por capitais públicos regionais), no relatório de contas relativo a 2012, ano em que registou um saldo negativo de 3,3 milhões de euros, o dobro do verificado em 2011 (1,6 milhões de euros).
O abrandamento da atividade económica na Europa e a escassez de crédito são as razões apontadas pelos gestores da fábrica de açúcar para o mau desempenho financeiro do ano passado, apesar da quebra de 20% nos preços da matéria-prima.
“Não foi, todavia, possível à empresa aproveitar tal situação, por não estar tecnologicamente preparada para refinar açúcar bruto de cana”, explica a administração, para quem o aumento da produção regional será a melhor forma de “colmatar a escassez de oferta disponível” no mercado das ramas de beterraba.
A unidade fabril, que produz açúcar a partir de ramas de beterraba, tem um esquipamento industrial “obsoleto” e “incompatível” com o necessário aumento da produção regional, tanto em matéria de transformação de beterraba local como de refinação das ramas importadas, segundo o relatório.
O estado de desgaste dos equipamentos e a falta de investimentos em peças de substituição obrigaram a SINAGA a suspender a laboração, no ano passado, por várias ocasiões, uma das quais durante dez dias consecutivos, devido a uma peça partida do difusor.
Por via disso, a empresa só efetuou uma refinação, durante todo o ano, de 1.540 toneladas de ramas, o que a obrigou a adquirir “900 toneladas de açúcar branco para abastecimento do mercado local”.
A empresa pública contraiu ainda dois empréstimos bancários em 2012 (a somar aos outros 12 contraídos desde 1999), no valor de 3,4 milhões de euros, para fazer face à maioria das despesas.
O passivo da SINAGA aumentou de 16 milhões de euros em 2011 para 18,5 milhões em 2012, dos quais se destacam 6,7 milhões de dívidas à banca, 1,9 milhões a fornecedores e 1,5 milhões ao Estado.
Num comunicado divulgado a 18 de outubro, o Governo Regional revelou que o conjunto do setor empresarial público regional (que abrange mais de vinte empresas) teve prejuízos de 57 milhões de euros em 2012, menos do que no ano anterior, traduzindo-se “numa melhoria de 25% em relação a 2011”.
Tiveram prejuízos os hospitais da região, a Portos dos Açores, a Lotaçor, a empresa de conservas Santa Catarina e a SINAGA.

 

Lusa

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