Presidente da Associação LGTB admite pressões para desmarcar marcha

O presidente da Associação LGBT Pride Azores denunciou hoje ter recebido pressões para alterar a data e o local da primeira marcha de orgulho Lébico, Gay, Bissexual e Transgénero (LGBT) nos Açores, que decorreu esta tarde em Ponta Delgada.

“Todos os dias desta semana temos tido pressões para mudar a marcha, ou não fazer a marcha ou, e que tal se fosse num lugar privado”, afirmou Terry Costa aos jornalistas, antes do início da marcha pacífica, que reuniu na Avenida Marginal de Ponta Delgada dezenas de pessoas.

Para a organização, mais do que o número de participantes, o importante é falar do tema e dar visibilidade à comunidade LGBT que existe no arquipélago, alegando que “todos são pessoas humanas”.

“É um momento histórico para os Açores”, disse Terry Costa, acrescentando que, com esta iniciativa inédita na região, estão “um passo mais perto da igualdade para todos”.

“Desde o primeiro dia que conseguimos dizer que vamos fazer a marcha que já ganhamos qualquer coisa como seres humanos, porque, como sempre disse, não interessa se é só uma dúzia ou uma centena de dúzias. O que interessa é que estamos a participar, estamos aqui a viver nos Açores e a ter uma vida”, sustentou.

Compareceram pessoas de várias idades e sexos à marcha, que decorreu na Avenida Marginal de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, com os participantes a segurarem cartazes onde se podia ler:“Alguém acredita que em 57 deputados nenhum é gay?” ou “Direitos de verdade. Não pela metade”.

A Associação LGBT Pride Azores, fundada em 2011 e com 32 associados, visa o apoio e a integração social da população lésbica, gay, bissexual e transgénero e das suas famílias, através de programas educativos, sociais e culturais.

A associação pretende que a iniciativa venha a transformar-se num evento anual e possa ser alargado a outras ilhas dos Açores.

 

Lusa

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