“Este discurso do sindicato já é um discurso gasto, é sempre mais do mesmo”, vincou Paulo Menezes, falando no aeroporto do Pico, à margem de uma cerimónia, sobre uma obra que será efetuada na pista do aeroporto, em que esteve presente o Governo Regional dos Açores.
O responsável da SATA comentava uma nota de hoje do SNPVAC onde era questionado o executivo sobre a razão pela qual o processo de alienação de parte do capital da Azores Airlines não estar a ser feito, advoga a estrutura sindical, “de forma transparente”.
O sindicato, que tem sido crítico da gestão do conselho de administração do grupo SATA, diz que pretende apurar a “razão para não sejam conhecidos do povo açoriano os supostos candidatos” ao processo de alienação de até 49% do capital da Azores Airlines.
O presidente da SATA acusou o SNPVAC de não “manter alguma reserva” nesta fase do processo, de “avaliação de propostas para a eventual privatização” de parte da empresa, à imagem do que fazem “outros sindicatos” ligados à transportadora aérea.
“Este sindicato continua a fazer ruído, não se percebe o objetivo, não é com certeza absoluta para ajudar à privatização”, prosseguiu Paulo Menezes.
A Azores Airlines fechou o terceiro trimestre de 2017 com um prejuízo de 20,6 milhões de euros, estando ainda por fechar as contas finais do ano, numa altura em que decorre um processo de privatização de até 49% da participação social indireta que a região detém na empresa.
O presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, nomeou em fevereiro a comissão especial que vai acompanhar a alienação parcial no negócio para fora do arquipélago da companhia aérea.
A comissão é presidida pelo advogado Luís Paulo Elias Pereira e integra ainda o economista António Gabriel Fraga Martins Maio e o professor universitário da área da gestão de empresas João Carlos Aguiar Teixeira.
O sindicato questiona ainda se “será que apenas os trabalhadores estão ansiosos por terem à frente da SATA gestores privados competentes” e sublinha que, “ao contrário do que sempre tentaram ‘vender’ ao principal acionista da SATA, que é o povo açoriano, ninguém questiona qual a razão para que este processo de privatização seja o único no país que não tem oposição por parte dos trabalhadores”.
Lusa