“Tem-se dito muita coisa erradamente. A proposta para a revisão [da Lei das Finanças Regionais] é boa para a Madeira, mas também para os Açores, que vão receber mais 7,4 milhões de euros”, afirmou a líder regional social-democrata.
Para Berta Cabral, “a lei só não é boa para José Sócrates, que tem a seu lado Carlos César contra os Açores”.
“O presidente do governo fez uma intervenção [quinta-feira, no parlamento regional] que apenas confundiu os açorianos, que não compreendem porque está contra uma revisão que vai trazer mais verbas para a região”, frisou Berta Cabral.
Na intervenção que proferiu na Assembleia Legislativa Regional, o socialista Carlos César acusou PSD, PCP e BE de estarem a “atraiçoar” os interesses açorianos ao defenderem a proposta de revisão da Lei das Finanças Regionais.
Na perspectiva do presidente do executivo açoriano, esta proposta “trata de forma igual o que é diferente”, numa referência à diferença de custos entre um arquipélago com nove ilhas distanciadas por centenas de quilómetros e outro com apenas duas ilhas com dezenas de quilómetros de distância.
Nas declarações que proferiu aos jornalistas em Angra do Heroísmo, à entrada para uma reunião da Comissão Política Regional do PSD/Açores, Berta Cabral manifestou preocupação com o desemprego na região, que atingiu “contornos preocupantes e de crise social”.
“Os sectores do turismo e da construção civil sofrem uma enorme contracção, com efeitos multiplicadores em toda a actividade económica, e necessitam de acções concretas para inverter a situação”, disse.
Nesse sentido, defendeu o “incremento de obras públicas de forma faseada para dar oportunidade às empresas regionais de concorrerem e terem trabalho”.
Para a líder regional do PSD, o combate à crise faz-se criando empregos e, para isso, “é necessário mais investimento público e privado e este através de sistemas de incentivos adaptados à nova conjuntura”.
Relativamente a uma eventual intervenção do governo regional nas empresas com maiores dificuldades, Berta Cabral não se manifestou contra, mas exigiu “transparência e critérios claros”.
“Não podemos permitir uma estatização da economia. Achamos bem a intervenção em determinados sectores estratégicos, mas pontual e transparente, que garanta os postos de trabalho”, afirmou.