O presidente do Governo açoriano alertou hoje que “as questões dos Açores resolvem-se nos Açores”, assegurando que fez tudo para “garantir a estabilidade política”, incluindo falar com o deputado regional do Chega para construir “um denominador comum”.
“Tudo fiz para garantir a estabilidade política e uma boa governação para os Açores. Caso não seja possível, o povo é sempre soberano e as eleições são o melhor instrumento para que a verdade do povo tome a opção que entender. Tenho a convicção de que fiz tudo. A partir daí, cada um fala por si”, disse o social-democrata José Manuel Bolieiro em Ponta Delgada.
O chefe do executivo açoriano falava a propósito do apelo do líder nacional do Chega para o seu deputado único retirar o apoio parlamentar ao Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), em véspera de debate e votação do Orçamento Regional.
Em declarações aos jornalistas após receber, em audiência, Paulo Rangel, candidato à liderança do PSD, Bolieiro frisou que “as questões dos Açores resolvem-se nos Açores” e revelou que tem falado com o deputado do Chega, José Pacheco, tendo feito o mesmo “com todos, relativamente às referências para a construção de um denominador comum, sólido e que beneficie o interesse dos Açores”.
“Não posso ir além falando pelos outros”, frisou, perante a insistência dos jornalistas sobre uma aparente confiança na viabilização do Orçamento Regional, que começa a ser debatido no parlamento açoriano na segunda-feira.
A Assembleia Legislativa Regional dos Açores é composta por 57 eleitos e a coligação de direita do Governo – que representa 26 deputados – precisa de mais três parlamentares para ter maioria absoluta.
A coligação assinou um acordo de incidência parlamentar com o Chega e o PSD com a Iniciativa Liberal.
O Chega elegeu dois deputados nas eleições legislativas de 2020, mas um deles – Carlos Furtado – passou a independente após ter perdido, em julho, a confiança política do líder nacional do partido.
O parlamento açoriano conta ainda com mais 28 deputados: 25 deputados do PS, que já anunciou o voto contra, dois do BE, que admitiu votar contra, e um do PAN, que aguarda validação da comissão política local para votar contra.
Lusa