Presidente do PE impressionado com vaga de emoção causada pela morte do deputado do Bloco

O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, admitiu ter

“Estamos tristes e estou tocado pela vaga de emoções que me chegaram. Pessoalmente, sempre considerei o colega como um homem de grande qualidade e de um caráter honesto, mas subestimei, vi agora, como ele era apreciado pelos seus colegas aqui no Parlamento Europeu, e estou um pouco triste por só o ter descoberto agora”, declarou.

Martin Schulz, que falava na quarta-feira à noite à margem da apresentação de um livro de testemunhos dos primeiros 10 anos de independência de Timor-Leste, da autoria de Sónia Neto, conselheira do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, disse no entanto que já pudera observar anteriormente que Miguel Portas era “um homem com convicções claras, que era duro no trabalho”.

“Sei que defendia as suas ideias com uma tenacidade muito forte, mas era um homem que respeitava os outros, até ao momento em que tinha um sentimento de que os valores fundamentais tinham sido violados, e então era também um combatente”, disse, acrescentando que, por isso, o Parlamente “perdeu um homem de grande caráter”.

O presidente da assembleia indicou que já escreveu mensagens de condolências à família e ao Grupo da Esquerda Unitária, família política europeia à qual o deputado do Bloco de Esquerda pertencia, e revelou que faz questão de iniciar a próxima sessão plenária do Parlamento Europeu com uma homenagem a Miguel Portas.

“Começarei a próxima sessão do Parlamento não só com um minuto de silêncio, mas também com um pequeno discurso onde vou honrar a personalidade e o contributo de Miguel Portas para o Parlamento Europeu”, garantiu.

Miguel Portas faleceu na terça-feira à tarde, aos 53 anos, no Hospital ZNA Middelheim, em Antuérpia, vítima de doença prolongada.

Em 2004, tornou-se o primeiro deputado a ser eleito pelo Bloco para o Parlamento Europeu, onde trabalhava até agora.

O velório de Miguel Portas decorrerá no próximo sábado, no Palácio Galveias, em Lisboa, seguindo-se uma “sessão evocativa” no domingo.

 

Lusa

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