O presidente do PPM/Açores, Paulo Estêvão, também líder nacional do partido, admitiu hoje os “péssimos” resultados eleitorais obtidos na região nas legislativas de domingo, admitindo abandonar a liderança se a situação se repetir nas regionais de 2012.
“Perdi literalmente com todo o cão e gato”, afirmou Paulo Estêvão na declaração política que proferiu na Assembleia Legislativa Regional, destacando que o PPM perdeu “com partidos anti-autonomistas e até para partidos cujo esforço eleitoral e presença na região foi nulo”.
Apesar disso, assegurou que não vai “alterar uma vírgula ao conteúdo do projeto político” do partido, admitindo que, “se não agradar e este tipo de resultados se repetir nas regionais de 2012”, assume as consequências e abandona a presidência do PPM.
O líder regional e nacional dos monárquicos considerou que os portugueses votaram no domingo “na mudança de rumo do país”, que salientou ser “necessária” porque o Executivo liderado por José Sócrates “não estava a conseguir inverter o rumo dos acontecimentos”.
“A sensação geral entre a população portuguesa é que assim não iríamos a lado nenhum”, afirmou, acrescentando, no entanto, que “o voto na direita não resultou de uma crença genuína nas capacidades miraculosas dos respetivos programas e protagonistas, foi sobretudo um voto contra Sócrates”.
Paulo Estêvão reafirmou a posição do PPM relativamente ao acordo com a ‘troika’, salientando ser a favor da diminuição das entidades públicas e da despesa pública, mas contra o programa de privatizações, a redução das transferências do Estado para a Região, a diminuição da diferenciação fiscal dos Açores, a extinção de municípios ou a redução dos apoios sociais.
“Acreditamos que as fortes medidas restritivas ao poder de compra dos portugueses paralisará a atividade económica e o potencial de crescimento do país e que, sem este, não será possível cumprir as obrigações internacionais do país”, afirmou o líder do PPM.
