Presidente do sindicato apela à responsabilidade dos jornalistas

jornaisO presidente do Sindicato dos Jornalistas, Alfredo Maia, apelou esta sexta-feira à responsabilidade dos profissionais de comunicação social na abordagem das questões relacionadas com as crianças e jovens, frisando que “os rostos das pessoas que são notícia têm um futuro”.

“Há que reconhecer nos atores dos dramas que tratamos, nos seus mais diversos papeis e funções, pessoas que são muito mais do que matéria-prima para as notícias”, afirmou Alfredo Maia, em Ponta Delgada.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas falava no seminário “A cultura da infância numa sociedade democrática: contributos e responsabilidades. A mais-valia da informação/comunicação”, organizado pela Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens em Risco (CNPCJR), em parceria com o Instituto da Segurança Social, Sindicato dos Jornalistas (SJ) e com apoio do Governo açoriano.

Alfredo Maia apelou aos profissionais de comunicação social responsabilidade no tratamento das notícias relacionadas com a infância, frisando que “os rostos, os nomes, as identidades concretas das pessoas que são notícia hoje têm um futuro” e “os actos geram resultados e produzem consequências na vida das pessoas”.

A secretária regional do Trabalho e Solidariedade Social, Ana Paula Marques, considerou que “são ignoradas muitas vezes as regras básicas da ética e do Código Deontológico do Jornalista, do segredo de justiça e outros direitos constitucionalmente consagrados”, nomeadamente os da criança, devido “à pressão para se obter uma melhor notícia ou história”.

“Compete aos órgãos de comunicação social sempre que divulguem situações de crianças ou jovens em perigo não identificar nem transmitir elementos, sons ou imagens que permitam a sua identificação, sob pena de os seus agentes incorrerem na prática de crime de desobediência”, sustentou Ana Paula Marques, que deixou a questão: “E se fossemos nós a criança como gostaríamos de ser tratados?”.

O presidente da Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens em Risco, Armando Leandro, sublinhou a necessidade de “diálogo entre as fontes de informação e jornalistas para que o direito à privacidade seja respeitado”.

Segundo Armando Leandro, “tem sido percorrido um importante caminho, mas há ainda muito para fazer na abordagem da conciliação entre dois direitos fundamentais, o de informar e o de proteger”.

O seminário reúne jornalistas e especialistas em áreas como saúde, educação, protecção social, justiça e psicologia e ainda estudantes.

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