Presidentes da UE querem divórcio rápido do Reino Unido, por muito que doa

Os presidentes da União Europeia (UE) querem um ‘divórcio’ do Reino Unido o mais rapidamente possível “por muito doloroso que seja o processo”, segundo um comunicado hoje divulgado após a escolha dos britânicos pela saída do bloco europeu.

“Esperamos agora que o Reino Unido dê cumprimento à decisão do povo britânico o mais rapidamente possível, por muito doloroso que o processo possa ser”, sustentam os presidentes da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, do Conselho Europeu, Donald Tusk, do Parlamento Europeu, Martin Schulz, e da presidência rotativa holandesa da UE, Mark Rutter.

O comunicado salienta ainda que “qualquer atraso só prolongaria desnecessariamente a incerteza”, estando os líderes “prontos para iniciar as negociações rapidamente com o Reino Unido sobre os termos e condições da sua retirada da União Europeia”.

Os quatro presidentes lembram ainda que o artigo 50.º do Tratado de Lisboa estipula o procedimento a seguir se um Estado-membro decidir sair da UE.

No que respeita ao futuro, os signatários esperam que o Reino Unido venha a ser “um parceiro próximo” da UE, sublinhando aguardarem propostas de Londres neste aspeto.

“Qualquer acordo que venha a ser concluído com o Reino Unido enquanto país terceiro terá que refletir os interesses de ambas as partes e ser equilibrado em termos de direitos e obrigações”, referem ainda Juncker, Tusk, Schulz e Rutter.

“Num processo livre e democrático, o povo britânico expressou o seu desejo de sair da União Europeia. Lamentamos esta decisão mas respeitamo-la”, salientam os quatro presidentes.

Os eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido vai sair a União Europeia, depois de o ‘Brexit’ ter conquistado 51,9% dos votos no referendo de quinta-feira, cuja taxa de participação foi de 72,2%.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou já a intenção de se demitir em outubro, na sequência deste resultado.

As principais bolsas europeias abriram hoje em forte queda, com a bolsa de Londres a descer perto dos 8%.

 

Lusa

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