O presidente francês, François Hollande, e o chefe do governo italiano, Matteo Renzi, empenharam-se hoje em Milão em acalmar as tensões entre os dois países sobre a situação dos migrantes na cidade fronteiriça de Vintimille.
“Eu não acho que tenha havido tensões entre nós”, mesmo que “às vezes alguns ministros tenham feito algumas declarações. É como nos noivados que duram muito tempo”, disse Renzi numa conferência de imprensa conjunta com François Hollande.
Os ministros do Interior francês, Bernard Cazeneuve, e italiano, Angelino Alfano, fizeram recentemente declarações acaloradas sobre os incidentes na cidade fronteiriça de Vintimille onde a polícia francesa impediu os migrantes de atravessar a fronteira franco-italiana.
“O problema não existe só em Ventimiglia. Este não é um problema pontual que diga apenas respeito a esta cidade”, relativizou o governante italiano.
No caso de Vintimille, “nós quisemos que as regras fossem aplicadas de parte a parte (…). As fronteiras não estão fechadas, mas há controlos que são feitos (…) e as regras são respeitadas. Pois nós aplicamos as regras”, disse, por sua vez, Hollande.
A Itália “não pode transportar só o fardo”, disse o governante francês que se mostrou favorável a ajudar à integração dos migrantes, mas num quadro de uma ação europeia concertada.
“A Itália não será a única a assegurar a operação”, salientou François Hollande.
Renzi instou os partidos políticos italianos a unirem-se sobre a questão dos migrantes.
A oposição italiana, por sua vez, tem sido crítica da forma como os migrantes, que chegam aos milhares às costas da Itália, estão a ser tratados e como o problema está a ser resolvido.
Lusa