O PS/Açores reúne-se de sexta-feira a domingo, em Ponta Delgada, no 19.º congresso regional do partido, o primeiro de Francisco César enquanto líder dos socialistas açorianos, que decorre a dois meses da votação do orçamento da região.
Eleito presidente do PS/Açores, em junho, Francisco César apresenta, no sábado, ao congresso, para debate e votação, a moção de orientação política global ‘Um Novo Futuro’.
O 19.º congresso dos socialistas açorianos realiza-se no Teatro Micaelense e conta com a participação de mais de 150 delegados.
Na sexta-feira, intervêm o secretário coordenador da ilha de São Miguel, André Rodrigues, o secretário coordenador de Ponta Delgada, Vítor Fraga, e o ex-líder do PS/Açores, Vasco Cordeiro.
Será ainda discutido e votado o relatório do secretariado regional do PS/Açores, apresentado pelo deputado regional Berto Messias.
No sábado, serão apresentadas e votadas as moções setoriais, estando prevista a participação de vários oradores convidados, como a ex-ministra da Habitação Marina Gonçalves, o professor da Universidade de Lisboa João Couvaneiro e o ex-secretário de Estado da Administração Pública José Couto.
A reunião magna dos socialistas açorianos é encerrada, no domingo, por Francisco César e pelo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.
No mesmo dia, serão eleitos os novos membros da comissão regional, da comissão regional de jurisdição e da comissão regional de fiscalização económica e financeira do PS/Açores.
Eleito com 93,3% dos votos, Francisco César foi o único candidato à liderança regional do partido, depois de Vasco Cordeiro ter assumido o cargo durante 11 anos.
Francisco César chegou à liderança do partido, que esteve 24 anos no poder nos Açores, quatro anos depois de o PS passar para a bancada da oposição.
Em 2020, quando Vasco Cordeiro tentava um terceiro mandato como presidente do Governo Regional, o partido venceu as eleições, mas perdeu a maioria absoluta e PSD, CDS-PP e PPM uniram-se numa coligação, liderada pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, que chegou ao governo, com apoio parlamentar de Chega e Iniciativa Liberal.
Vasco Cordeiro manteve-se na liderança do partido e voltou a concorrer às eleições antecipadas de 04 de fevereiro de 2024, que ocorreram na sequência do chumbo do orçamento regional, mas a coligação venceu as eleições e assumiu o poder, ainda que sem maioria absoluta.
Quando foi eleito, Francisco César disse que queria “inaugurar uma nova forma de fazer política” na região, sublinhando que “ser oposição” não queria dizer “estar contra”.
“Ser oposição, quer dizer construir, apresentar alternativas, estar de acordo naquilo que é fundamental, naquilo que interessa a todos, naquilo que é comum, como grandes obras, como a própria questão da [companhia aérea] SATA, como outras matérias, como o desenvolvimento da própria autonomia, mas também apresentar caminhos alternativos na área da educação, na área da saúde, na área da habitação, na área do funcionamento do Estado social”, afirmou.
PSD, CDS-PP e PPM elegeram 26 deputados em 57 no parlamento açoriano, por isso necessitam de três votos favoráveis para fazer passar as suas propostas.
O PS é o maior partido da oposição, com 23 deputados, seguido do Chega, com cinco, enquanto BE, IL e PAN têm apenas um deputado cada.
Ouvido pelo presidente do executivo açoriano, no âmbito do processo de auscultação sobre as antepropostas de Plano e Orçamento Regional para 2025, no dia 16 de setembro, o líder regional socialista manifestou disponibilidade para viabilizar os documentos, mediante um entendimento em 11 pontos.
Francisco César, 45 anos, formado em Economia, é deputado e vice-presidente da bancada do PS na Assembleia da República, sendo ainda membro dos secretariados nacional e regional do partido.
O socialista, que já foi deputado e líder da bancada do PS na Assembleia Regional dos Açores, é filho de Carlos César, atual presidente do PS e antigo presidente do Governo Regional açoriano.
Lusa