Primeiro-ministro recebeu em Ponta Delgada grupo de lesados dos Açores

banifO primeiro-ministro, António Costa, e o presidente do PS, Carlos César, receberam hoje, em Ponta Delgada, um grupo de lesados do Banif que se juntou no exterior do Teatro Micaelense, onde decorrem as jornadas parlamentares do Partido Socialista.

O líder parlamentar do PS na Assembleia da República e ex-presidente do Governo Regional dos Açores Carlos César dirigiu-se ao exterior do edifício e, acompanhado pelo grupo de 17 pessoas, acedeu ao interior, onde decorreu a reunião com António Costa, que, no final, não prestou declarações aos jornalistas.

Carlos Presunça, da delegação dos Açores da Associação dos Lesados do Banif (Alboa), explicou que foi pedido ao primeiro-ministro que “intercedesse junto do presidente da Santander” para receber a associação no sentido de serem iniciadas as negociações com o banco.

“Não há até agora negociações, há apenas intenções e nunca houve por parte do Santander uma abertura para nos sentarmos a conversar”, disse Carlos Presunça.

Segundo o responsável, o primeiro-ministro “ficou de se inteirar junto do senhor presidente do Santander” sobre a “demora” nas negociações do banco com os lesados.

“Não nos adiantou mais nada, ouviu as nossas reclamações e concordou em ir falar diretamente com o senhor presidente do Santander, que era o que nós precisamente estávamos à espera”, adiantou Carlos Presunça.

Questionado sobre se transmitiu ao chefe do Governo que a “impaciência” está a tomar conta de lesados do Banif, o responsável declarou que foram expostos dois casos “em que isso é patente”, sendo um “gravíssimo” relativo a saúde e outro de um lesado com “80 e muitos anos de idade” que viu “transformado dinheiro num produto de uma obrigação vitalícia”.

Na sexta-feira, a PSP impossibilitou a entrada de lesados do Banif em agências do Santander Totta, em Ponta Delgada, Açores, onde queriam reclamar no respetivo livro, durante uma manifestação que começou e terminou na delegação do Banco de Portugal.

Em 20 de dezembro de 2015, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif — Banco Internacional do Funchal, com a venda de parte da atividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros ativos – incluindo ‘tóxicos’ – para a nova sociedade veículo.

Em fevereiro, o presidente da Comissão Executiva do Santander Totta disse, nos Açores, após uma audiência com o presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, que estava a ser estudada a situação dos clientes do ex-Banif subscritores de obrigações subordinadas, que totalizam 3.500 em todo o país com valores de 263 milhões de euros.

“O banco Santander Totta não tem nenhuma obrigação relativamente a essas obrigações subordinadas. De acordo com a resolução, de acordo com tudo aquilo que ficou estipulado, o banco Santander Totta não é o titular dessas obrigações e por força de não ser o titular dessas obrigações também não é responsável por elas”, disse António Vieira Monteiro na ocasião.

A Alboa representa clientes que investiram em obrigações do Banif e da Rentipar (‘holding’ através da qual as filhas do fundador do Banif, Horácio Roque, detinham a sua participação no Banif), assim como em ações do banco.

 

Lusa

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