Dois estrangeiros que transportavam imigrantes clandestinos oriundos de Cabo Verde vão ficar em regime de prisão preventiva, por decisão do Tribunal Judicial da Comarca dos Açores, anunciou esta sexta feira o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
Segundo o comunicado do SEF, o Tribunal Judicial da Comarca dos Açores “determinou aplicar a medida de prisão preventiva aos dois cidadãos estrangeiros que transportaram quatro imigrantes clandestinos, oriundos de Cabo Verde, a bordo de um veleiro, por indício da prática dos crimes de auxilio à imigração ilegal”, sendo que os detidos, dois homens, são o capitão da embarcação, de 44 anos, e o tripulante, de 40.
O SEF apreendeu quinta-feira a embarcação, bem como “documentação, uma elevada quantia de dinheiro e equipamento eletrónico – de navegação e de telecomunicações – que serão alvo de análise forense por parte deste serviço”.
A operação – indica o SEF – visou um pequeno veleiro que chegou ao porto de São Jorge, em 18 de março, transportando a bordo, além dos dois tripulantes, quatro homens provenientes do continente africano, alegando que haviam sido resgatados no mar quando estavam à deriva numa piroga vinda do Senegal.
Os dois tripulantes, que terão recebido elevadas quantias monetárias para o transporte dos passageiros ilegais e lhe retiveram os documentos de identificação, estão agora indiciados pela prática dos crimes de auxílio à imigração ilegal na forma gravosa e de tráfico de pessoas, pelo que serão interrogados por um juiz de instrução criminal no âmbito do processo e para aplicação de medidas de coação.
A operação resultou da colaboração entre a Direção Central de Investigação Criminal e a Direção Regional dos Açores do SEF com o Ministério Público da Comarca de Velas.
Antes, já tinha sido noticiado pela Lusa que o veleiro tinha bandeira sueca, tendo sido auxiliado ao largo da ilha de São Jorge pela Autoridade Marítima depois de reportar uma avaria num motor.
Segundo comunicado então emitido pela Autoridade Marítima Nacional, a bordo da embarcação estavam “os dois tripulantes do veleiro e quatro náufragos que alegadamente haviam sido recolhidos de uma balsa onde seguiam há três semanas, a cerca de 700 milhas [1296 quilómetros] das ilhas Canárias”.
Lusa