“Trata-se de duas iniciativas privadas que o Governo Regional reconheceu como Projeto de Interesse Regional (PIR). Prevê-se que a medicina nuclear seja instalada até ao início do verão na Terceira e o projeto de radioterapia já se encontra em fase de aprovação na Câmara Municipal de Ponta Delgada e tem um prazo de execução de 12 meses”, afirmou o secretário regional da Saúde.
Luís Cabral falava aos jornalistas em Ponta Delgada, após uma audição na Comissão dos Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa Regional.
O Centro de Radioterapia dos Açores, que será instalado nos terrenos junto ao hospital de Ponta Delgada, estava inicialmente previsto como parceria público-privada, mas depois de ter sido recusado por duas vezes o visto do Tribunal de Contas, o executivo regional abandonou esta ideia, passando o projeto a ser um investimento privado.
No caso do futuro centro de radioterapia, que estará a cargo da empresa Quadrantes – Clínica Médica e Diagnóstico, Sociedade Unipessoal, Lda., Luís Cabral afirmou que “o apoio do sistema [público] de incentivos SIDER já está garantido”, assim como “uma majoração deste apoio por se tratar de um projeto de interesse regional”.
“Por isso, tudo está definido para que o projeto possa arrancar dentro de um curto prazo de tempo”, sublinhou, destacando as vantagens destes dois projetos, que no caso do centro de radioterapia vai evitar deslocações dos doentes ao continente.
Segundo Luís Cabral, são deslocados, por ano, para o continente, 570 doentes para tratamentos de radioterapia.
O Executivo açoriano continua ainda a reafirmar que o custo com a deslocação de doentes para a Terceira seria superior ao que é exigido para deslocar os doentes das restantes ilhas para S. Miguel.
Na audição sobre a petição “pelo urgente equipamento e entrada em funcionamento de uma unidade de radioterapia no novo hospital da Terceira”, o titular da pasta da Saúde no Governo açoriano sublinhou a necessidade de haver “um bom centro de radioterapia” e não “uma duplicação” de estruturas.
Luís Cabral defendeu que foi “legitimada a atribuição” do projeto PIR à empresa Quadrantes, depois de a Isopor ter colocado uma providência cautelar.
No caso do centro de medicina nuclear, vai ser criado na ilha Terceira, para meios complementares de diagnóstico, um projeto da Isopor e cujo serviço vai estar em funcionamento até ao início do verão, segundo o secretário.
Luís Cabral foi ainda ouvido sobre uma proposta do Governo Regional para “massificar” a utilização de desfibrilhadores automáticos externos, “importantes em situações de paragem cardiorrespiratória”.
“Trata-se de fazer a adaptação de legislação nacional à região para que todas as corporações de bombeiros e várias entidades públicas e privadas tenham estes equipamentos”, disse.
Nas declarações aos jornalistas, Luís Cabral reiterou, por outro lado, a intenção de reunir com os médicos do hospital de Ponta Delgada por causa das horas extraordinárias, indicando que “por uma questão de agenda” é que ainda não foi estabelecido o dia para “discutir e ouvir” as pretensões dos clínicos, que lhe fizeram chegar uma carta.
Lusa