O Secretário Regional da Agricultura e Florestas assegurou hoje, em Ponta Delgada, que os Açores têm primado por uma produção agrícola de elevada qualidade e segurança alimentar, fruto da aposta na formação dos agricultores, mas também do acompanhamento e da fiscalização feita pelas entidades públicas regionais.
“Nos Açores, o número de produtores de origem vegetal com pesticidas acima do limite legal tem sido residual. O número de infrações detetadas pelas análises às amostras recolhidas em produtos de origem vegetal tem decrescido significativamente. Em 2015 não foi detetada nenhuma infração e, em 2016 e 2017, houve apenas registo de uma infração em cada ano”, afirmou João Ponte.
O titular da pasta da Agricultura, que falava na abertura do congresso internacional sobre ‘Benefícios e Riscos dos Agentes Exóticos de Controlo Biológico’, salientou que a utilização na agricultura de organismos auxiliares biológicos constitui uma importante e útil alternativa aos químicos.
Na sua intervenção perante meia centena de congressistas de 17 nacionalidades, João Ponte destacou que o Governo Regional tem apostado muito na formação dos agricultores para os tornar mais habilitados e mais sensibilizados para a questão dos fatores de risco, como a introdução de novas pragas e doenças de forma acidental.
“Nós últimos dois anos foram promovidas mais de 250 ações de formação, especialmente dedicadas aos aplicadores de produtos fitofarmacêuticos, que abrangeram 2.600 formandos, permitindo mais de 4.000 horas de formação”, disse João Ponte, acrescentando que anualmente são promovidas ações de controlo e fiscalização aos produtores, empresas prestadoras de serviço e autarquias.
Para este bom desempenho dos Açores, o Secretário Regional salientou que muito tem contribuído a ação dos técnicos da administração pública regional, particularmente os que trabalham nos laboratórios regionais.
João Ponte defendeu ainda que o conhecimento científico é imprescindível para que se possam tomar, a cada momento, as melhores opções políticas na agricultura, dada a importância que o setor tem para o tecido económico e social regional.
“Este congresso é de extrema importância para se debaterem assuntos sérios, com o máximo rigor científico, que permitam divulgar o trabalho que se faz nestas áreas e para que não se criem falsos alarmismos na opinião pública, algumas vezes baseados em posições públicas sem qualquer fundamento técnico ou científico”, considerou João Ponte, frisando que “o uso de produtos fitofarmacêuticos envolve critérios altamente regulamentados no espaço europeu”.
O Secretário Regional revelou que o grupo de trabalho constituído para elaborar uma estratégia regional para o desenvolvimento da agricultura biológica já entregou o documento final na Direção Regional da Agricultura, depois de integrar contributos recebidos na fase de discussão pública.
Segue-se agora a fase de apreciação e validação da tutela, prevendo-se que a versão final do documento seja publicada ainda este ano.