Produtores reclamam medidas que garantam soberania alimentar

carne-agriculturaA Associação Nacional de Produtores de Leite e de Carne reclamou este Domingo da próxima ministra da agricultura medidas “capazes de garantir a soberania alimentar do país, diminuindo as importações e apostando no aumento da produção”.

A associação escolheu o topo da avenida da liberdade, onde decorre a iniciativa “Mega PIC NIC – O Campo Faz Festa na Cidade” promovida por uma grande superfície, para realizar uma conferência de imprensa e ainda um ação de sensibilização dos consumidores para optarem por produtos portugueses. José Lobato, presidente da associação, classificou de “falsa e enganosa” a iniciativa realizada pela grande superfície Continente, justificando que no 1.º trimestre de 2011 as importações de leite (vindas das Alemanha, França, Polónia e Espanha) para as marcas próprias atingiram mais de 41 mil toneladas no valor de 30.266.336 euros. Para José Lobato, esta situação “é mais grave pelo facto de Portugal ser um país autossuficiente em matéria de produtos lácteos”. “Queremos desmistificar esta campanha em curso por dois grupos económicos de grande distribuição porque grande parte dos produtos vendidos são importados”, disse. As acusações foram refutadas pela presidente do clube de produtores de leite Sonae, Eunice Silva, que garantiu à Lusa que 85 por cento do leite comercializado no Continente é de produtores nacionais. “O que posso garantir é que 85 por cento das nossas compras de leite são feitas à produção nacional e o Continente tem como compromisso com os clientes entregar o máximo de preço possível”, disse. No que se refere à carne, adiantou José Lobato, as importações em 2009 de carne de bovino rondam os 372 milhões de euros, a de ovino e caprino cerca de 34 milhões, a de suíno cerca de 370 milhões e as de aves 77 milhões. Além da conferencia de imprensa, a Associação Nacional de Produtores de Leite e de Carne (APLC) tinha programada uma oferta de mil litros de leite para protestar contra a venda de leite importado nas grandes superfícies. Contudo, esta ação terminou pouco depois de se ter iniciado por ordem do Governo Civil da capital que não autorizou a iniciativa.

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