A presidente do Sindicato Democrático dos Professores dos Açores (SDPA) disse hoje que as ilhas vão juntar-se aos protestos nacionais contra “o despedimento coletivo” que resultará da proposta de alteração da lei de vínculos, carreiras e remunerações da administração pública.
“O que está em causa é a possibilidade de professores que até agora estavam nos quadros, numa situação de estabilidade, poderem ser despedidos de uma forma praticamente arbitrária”, afirmou Sofia Ribeiro numa conferência de imprensa, em Ponta Delgada.
Para a sindicalista, não há dúvidas de que a lei nacional terá impacto na carreira dos professores dos Açores e, por isso, não se trata de “uma campanha de solidariedade com os colegas do continente”, mas “uma campanha de luta por melhores condições de trabalho e melhores garantias de estabilidade de trabalho também nos Açores”.
“As piores expectativas verificaram-se, a proposta de lei que está em cima da mesa quanto à requalificação profissional prevê que haja uma aplicação direta às regiões autónomas e, portanto, aquilo que nós poderemos estar a falar num futuro muito próximo é da possibilidade de os professores dos Açores passarem por um sistema que os atire para o desemprego nos próximos meses”, sublinhou a sindicalista.
Segundo a vice-secretária da Federação Nacional da Educação, que esteve esta tarde reunida com os delegados do Sindicato Democrático dos Professores dos Açores, em Ponta Delgada, os docentes do arquipélago têm, à semelhança dos restantes do território nacional, razões para aderirem às ações de luta programadas contra as políticas educativas do Governo da República.
“O problema dos professores é geral, porque normalmente este é um sistema de bases comunicantes – o que acontece de mal num lado, no mês seguinte acontece ao outro, portanto esta luta é uma luta pela dignidade de todos os professores”, afirmou Lucinda Manuela Dâmaso.
A presidente do SDPA referiu que serão feitas outras ações de luta na Região Autónoma dos Açores.
“Por um lado, nós temos um problema que é a implementação de legislação a nível nacional, o Governo Regional tem por outro capacidades e competências próprias a nível da gestão dos seus quadros, que estão definidas no estatuto político-administrativo da Região Autónoma dos Açores, e, portanto, numa segunda fase vamos ter uma intervenção direta quer com a secretária regional da Educação, quer com o presidente do Governo Regional, se necessário for”, disse.
Entre as ações de luta agendadas a nível nacional está a manifestação de professores em Lisboa, marcada para 15 de junho, a greve geral de professores a 17 de junho e a greve ao serviço de avaliações agendada para 07, 11, 12, 13 e 14 de junho.
Lusa