“O regulamento do concurso do continente discrimina os professores contratados e que trabalham nas regiões autónomas. A situação é flagrante, os professores dos Açores e da Madeira não podem concorrer por via do concurso nacional através da primeira prioridade”, afirmou Fernando Marta, do MPEPDA, em declarações aos jornalistas durante uma ação de protesto em Ponta Delgada.
Fernando Marta lamentou que a secretária regional da Educação, Cláudia Cardoso, não tenha assumido qualquer posição relativamente a esta situação, nomeadamente “fazendo alguma pressão junto do Ministério de Educação”.
“A verdade é que não vimos por parte da secretária regional da Educação qualquer tipo de repúdio ou intervenção em relação a esta matéria. O que nos parece é que a secretária anda mais preocupada em fazer a vida negra a alguns professores deste movimento do que com a questão da educação e contratação dos professores”, frisou.
O MPEPDA promoveu hoje uma concentração junto ao Palácio de Santana, residência oficial do presidente do Governo dos Açores, para condenar a abertura de 30 vagas para docentes na região, que, segundo este movimento, não resolve a situação dos professores em precariedade ou desemprego.
“Parece que é fantástico que, numa altura tão difícil, abram 30 vagas mas, na verdade, serão totalmente absorvidas por professores que já pertencem aos quadros, ou seja, como todas as escolas, segundo a Secretaria Regional da Educação, estão com vagas negativas (com professores a mais), quando chegar à fase de contratação, não terão vagas para nós”, afirmou Sónia Martins, que também pertence ao movimento.
Nesse sentido, considerou que “esta medida é, nada mais nada menos, que ‘show off’ como todas as outras”.
O MPEPDA estima que existam nos Açores cerca de 600 professores e educadores em situação precária ou de desemprego.
Lusa