Já se encontra em vigor a nova portaria de aplicação do programa VITIS nos Açores, que visa dar cumprimento às alterações definidas pela Comissão e pelo Parlamento Europeu relativamente aos programas de apoio no setor vitivinícola, anunciou hoje o Secretário Regional da Agricultura e Florestas.
“São mais 3,5 milhões de euros de dotação, que estimamos que dê para mais 120 hectares de produção de vinha”, afirmou João Ponte, salientando que “é mais uma oportunidade que os empresários e os agricultores têm para apostar nesta área, que tem tido um crescimento exponencial”.
João Ponte falava, na Horta, no final de uma reunião com o Presidente da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) dos Açores, Vasco Paulos.
As principais alterações agora implementadas prendem-se com a implementação do sistema de avisos, com a dotação financeira para apresentação de candidaturas e a introdução de critérios de seleção a aplicar na hierarquização das candidaturas.
O período de manutenção do investimento passa de cinco para sete anos.
Este regime de apoio tem como objetivo aumentar a competitividade dos produtores de vinho através da reestruturação da vinha e melhoria da qualidade do vinho, comprovada pelos prémios que os vinhos açorianos têm arrecadado.
“O vinho dos Açores tem ganho cada vez mais projeção e qualidade, fruto do trabalho e da capacidade de inovação dos nossos viticultores e também do trabalho da Comissão Vitivinícola Regional”, salientou João Ponte.
A CVR-Açores foi constituída como associação de direito privado a 22 de agosto de 1995 e tem sede na Madalena, no Pico, sendo constituída por representantes dos interesses profissionais da produção e do comércio dos produtos vitivinícolas da Região e por um representante do Governo dos Açores.
Tem funções de controlo da produção, do comércio e de certificação de produtos vinícolas com direito a DO (Denominação de Origem) ou IG (Indicação Geográfica) e tem como objeto garantir a genuinidade e a qualidade dos vinhos, o fomento e o controle dos vinhos, a definição do seu processo produtivo e a promoção e defesa interna e externa dos vinhos certificados.
João Ponte frisou que “a Região fez um trabalho notável nos últimos tempos na melhoria da qualidade do vinho e dos processos de produção”, considerando que “o grande desafio agora é que a presença do vinho dos Açores seja ainda mais consolidada nos mercados exteriores”.
“Para prosseguir este desenvolvimento no setor vitivinícola açoriano e reforçar a aposta na exportação, contamos com o contributo imprescindível da CVR-Açores para continuarmos a afirmar o vinho dos Açores como produto de excelência a nível nacional e internacional”, afirmou o titular da pasta da Agricultura.
Através do programa comunitário VITIS, foi possível só nos últimos dois anos recuperar 560 hectares de vinhas, num montante total de apoio de cerca de 15 milhões de euros, abrangendo mais de 300 viticultores.
“Estimamos que, no final de 2018, tenhamos cerca de 800 hectares de produção de vinha, quando há poucos anos eram à volta de 100 hectares”, salientou o Secretário Regional, acrescentando que “esse crescimento assinalável traduz-se também na produção de vinho”.
Nesse sentido, adiantou que “a CVR registou, só ano passado, 250 mil litros de vinho certificado e a estimativa é de que, dentro de poucos anos, deverá chegar ao milhão de litros”.
De todas as ilhas do arquipélago com vocação para a produção de vinho, a ilha do Pico é a que mais se tem destacado no surgimento de projetos concorrentes a este apoio.
“Há aqui um potencial enorme para os Açores, dado que são vinhos de qualidade, que são facilmente colocados nos mercados nacional e internacional”, sublinhou João Ponte.
“O Governo dos Acores vê isso com muito satisfação e insere-se na nossa politica de diversificação agrícola. Aquilo que está a acontecer na ilha do Pico é um bom exemplo. É preciso continuar esse esforço de modernização e de reconversão da vinha porque se trata de um potencial enorme para a economia”, frisou o Secretário Regional.
Açores 24Horas / Gacs