A dois meses de completar um ano da sua implementação em Ponta Delgada, o projeto “Zero Desperdício” faz um primeiro balanço da atividade, que abrange, atualmente, 23 famílias, um total de 57 pessoas.
Os dados foram apresentados esta sexta-feira, durante uma visita às instalações onde é desenvolvido o projeto, na qual participaram o Presidente José Manuel Bolieiro, a Vereadora da Ação Social, Fátima Ponte, os responsáveis da Associação Seniores de São Miguel (ASSM), instituição responsável pela recolha e distribuição dos bens alimentares a famílias carenciadas, bem como a coordenadora do “Zero Desperdício”, Isabel Cássio, projecto que conta com 116 voluntários.
Em setembro de 2015 iniciaram-se com 11 doadores, mas no fim do primeiro semestre já ultrapassavam as três dezenas, somando no primeiro trimestre deste ano 8.223 quilos de alimentos recolhidos, entre sopa, conduto, pão, fruta, etc.
Não obstante, num projeto que se faz com boa vontade, todas as ajudas são poucas, principalmente quando os pedidos de apoio não param de chegar. “Nós precisamos de mais doadores, não apenas para combater o desperdício de alimentos, mas também, e sobretudo, pata ajudar mais famílias carenciadas. Sabemos que ainda vai muita comida para o lixo em Ponta Delgada. Essa comida pode ajudar quem necessita”, apela Isabel Cássio.
Em setembro de 2015 que a Câmara Municipal de Ponta Delgada assinou um protocolo com a “Dariacordar” – Associação para Recuperação do Desperdício. Na mesma altura, foi assinado outro protocolo entre a Autarquia e a ASSM, que passou a ser responsável pela recolha e distribuição dos bens alimentares a famílias carenciadas das freguesias de São Pedro e São Roque.
Por ser uma área que envolve alimentos confecionados, há que ter cuidados acrescidos, tendo o Município desenvolvido várias adaptações às instalações onde se desenvolve a logística do projeto de modo a que todos os pressupostos tenham lugar, instalações essas que se situam na Fajã de Baixo, “e o onde o apoio do Centro Social de São Roque e da Junta de Freguesia de São Pedro tem sido crucial”, referem os intervenientes.
“Numa altura de lamentações e culpabilizações, a Câmara de Ponta Delgada age, em parceria, para ajudar as famílias mais necessitadas e ajuda a combater o desperdício na restauração e hotelaria. É um dever de todos não virar a cara à pobreza e aos que mais precisam” – frisou o presidente da primeira autarquia dos Açores a fazer parte do projeto nacional “Zero Desperdício”.
Redistribuir, reduzir e reciclar os excedentes alimentares existentes nos serviços aderentes são os objetivos deste projeto nacional, “que vai contribuir, paralelamente, para a sustentabilidade social, ambiental, económica e cívica”.