“Já houve muitas promessas de abaixamento do tarifário desde 2010 e já houve várias negociações sobre as obrigações de serviço público desde 2010, mas diz-se sempre meia verdade”, afirmou a também candidata às eleições legislativas regionais de outubro, Berta Cabral, em Ponta Delgada, à margem da apresentação de um ciclo de conferências que o PSD/Açores irá promover para debater o futuro da região.
A secretária regional da Economia, Luísa Schanderl, revelou na terça-feira, em Ponta Delgada, que a proposta para alterar as obrigações de serviço público nas ligações aéreas entre o arquipélago e o exterior preveem uma redução de 40% nas tarifas, sem aumentar o financiamento público.
Luísa Schanderl, que acusou o Governo da República de falta de vontade política para resolver o assunto, disse ainda que a proposta açoriana está pronta desde agosto de 2011.
Para Berta Cabral “quem faz essa proposta não merece confiança” e há duas hipóteses: “Ou estão a enganar os açorianos ou enganaram os açorianos até agora”.
“Se se pode baixar agora [as tarifas aéreas], o melhor é baixarem hoje”, disse a líder social-democrata açoriana, reafirmando que defende uma redução das tarifas, embora não se comprometa já com nenhum valor.
Segundo a responsável, é preciso baixar o preço do transporte aéreo para tornar o tecido económico regional mais competitivo e retirar aos açorianos a sensação de serem prisioneiros nas suas próprias ilhas.
Berta Cabral insistiu na necessidade de negociar com a União Europeia um POSEI dos transportes “para compensar os custos da insularidade e dispersão geográfica interna de uma região ultraperiférica como os Açores”.
O POSEI (Programme d’Options Spécifiques à l’Eloignement e Insularité, em francês) é um programa de financiamento comunitário específico para apoio às regiões ultraperiféricas, que visa combater as desvantagens da distância.
“Enquanto isso não for conseguido, faremos [se o PSD ganhar as eleições regionais em outubro] as opções orçamentais internas necessárias para baixar os custos do transporte aéreo”, concluiu a responsável.
Também o antigo presidente da SATA, António Cansado, considera que “é possível fazer melhor com os recursos disponíveis”, alegando que, se o Governo Regional não pede um sobreesforço ao Governo da República para subsidiar as passagens, as tarifas só podem baixar por via da redução de custos da empresa.
Lusa