O responsável pelo Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) avançou hoje ser expetável que se mantenha a atividade sísmica durante o dia na ilha de São Miguel e que a mesma seja sentida pela população.
“A manter-se o padrão sismológico que se tem vindo a registar desde a madrugada é provável que tenhamos novos sismos sentidos pela população”, disse João Luis Gaspar em declarações à agência Lusa.
Centenas de sismos com magnitude entre 1,9 e 3,6 na escala de Richter foram registados desde as 00:47 de hoje na ilha de São Miguel, Açores, mantendo-se uma atividade sísmica acima dos valores de referência.
De acordo com o responsável este tipo de “crises sísmicas é normal”, recordando que na ilha de São Miguel ocorreu um episódio “acima do normal” registado em 2005 que “durou algum tempo”, acrescentando tratar-se de uma zona em que, regra geral, há atividade sísmica ao longo de todo o ano.
“Neste caso, esta atividade está mais concentrada no tempo e espaço. Vamos ter de acompanhar nas próximas horas mas, é muito provável, face no padrão que temos vindo a observar, que esta atividade se venha a manter ao longo do dia”, avançou.
O especialista explicou que o CIVISA tem vindo a registar desde a meia-noite (menos uma hora do que em Lisboa) um “incremento da atividade sísmica na parte central da Ilha de São Miguel”, eventos todos de baixa magnitude, regra geral inferior a três, com epicentro entre a Lagoa do Fogo e a Lagoa do Congro.
“Como os epicentros são em terra e próximos de zonas habitacionais, cerca de duas dezenas foram sentidos, ao longo da noite e madrugada, pela população”, disse, explicando que o sismo mais forte foi registado pelas 06:18 locais, com intensidade máxima de V na escala de Mercalli Modificada.
Para João Luis Gaspar tratam-se de sismos que não provocaram “quaisquer estragos”, mas que, ao serem sentidos pela população “causaram alguma apreensão”.
Desta forma, o especialista recomenda que se mantenham as precauções expressas pelo serviço de Proteção Civil Regional e Bombeiros dos Açores para que as pessoas não permaneçam em casas de maior vulnerabilidade à atividade sísmica.
“Na zona rural da ilha de São Miguel temos algumas habitações com pedra solta menos resistentes à ação sísmica”, adiantou o responsável, lembrando a necessidade de se evitar circular em ruas e caminhos que sejam ladeados por taludes mais ingremes.
“Ou seja, as recomendações normais que os açorianos já estão habituados a seguir”, frisou.
De acordo com a informação recolhida pelo CIVISA, foram sentidos até cerca das 08:00 de hoje pelo menos 17 eventos, o mais forte dos quais ocorreu às 06:18 (hora local) e foi sentido com intensidade máxima de V na escala de Mercalli Modificada.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) registou às 07:17 (hora local) nas estações da Rede Sísmica do arquipélago dos Açores, um sismo de magnitude 3,6 na escala de Richter com epicentro localizado a cerca de seis quilómetros a Sul-Sudeste de São Brás, em São Miguel, que foi sentido.
Hoje de manhã, uma fonte do Serviço de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores indicou à Lusa ter recebido durante a noite pedidos de informação da população de São Miguel, na sequência dos sismos.
Lusa