O deputado do PS/Açores Tiago Lopes criticou, esta segunda-feira, a nova matriz de risco implementada pelo Governo Regional para controlar a pandemia de Covid-19 e defendeu a vacinação nas crianças com idade superior aos 12 anos.
Em conferência de imprensa realizada na delegação da Assembleia Regional em Ponta Delgada, Tiago Lopes considerou que a “nova matriz de risco”, apresentada pelo executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) na sexta-feira, assenta em critérios “profundamente questionáveis”.
O socialista condenou a adoção do número de óbitos semanais como um dos critérios para a implementação de medidas de controlo da Covid-19.
“A vida humana deve ser sempre salvaguardada e preservada e um governo não pode alicerçar a sua intervenção no número de mortes registadas quando tem os meios e os recursos necessários para as evitar”, declarou o deputado e anterior diretor regional da Saúde.
A nova matriz de risco dos Açores, em vigor desde as 00h00 de hoje, estabelece três critérios para a definição da situação epidemiológica: a taxa de incidência semanal de novos casos, a variação semanal dos internamentos e o número de óbitos por semana.
Tiago Lopes criticou ainda a abolição dos testes ao sexto dia, quer nas deslocações para a região, quer entre as ilhas açorianas.
“Irá retirar um dos mecanismos de monitorização e controlo da propagação do vírus SARS CoV-2, que irá, por sua vez, influir determinantemente na incidência de novos casos registados, um dos critérios subjacente à nova matriz de risco”, afirmou, sobre o fim dos testes ao sexto dia no arquipélago.
O deputado do PS na Assembleia Legislativa dos Açores disse ainda não compreender a decisão do Governo Regional “de não proceder à vacinação das crianças e jovens acima dos 12 anos idade”, lembrando que o novo ano letivo vai começar “sensivelmente dentro de um mês”.
Questionado sobre se o PS/Açores defende a vacinação em crianças com ou sem patologias associadas, Tiago Lopes afirmou que a “componente técnica” cabe ao Governo Regional.
“Isto é uma decisão que tem de residir puramente na vertente técnica e não existindo essa componente técnica agora, neste momento, porque o presidente da comissão [de luta contra a pandemia] se demitiu, de que forma é que o Governo regional está a tomar as suas opções no combate à pandemia?”, questionou.
Tiago Lopes considerou que a demissão de Tato Borges demonstra que o executivo açoriano assenta o combate à pandemia em “posições políticas em detrimento de posições técnicas”.
“O governo escondeu dos açorianos e do parlamento que o principal responsável pela luta contra a pandemia na região se demitiu em discordância com a gestão política feita pelo governo”, criticou Tiago Lopes.