Este Governo é uma cópia de má qualidade daquele que cessou funções em 1996, no tempo das maiorias absolutas do PSD”, afirmou Vaso Cordeiro, citado numa nota de imprensa, enviada hoje.
O líder socialista, que falou numa reunião da Comissão de Ilha do PS/São Miguel, na sexta-feira à noite, alertou para a “crescente degradação” das instituições regionais, dando como exemplo a exoneração do diretor regional da Cultura.
O padre Ricardo Tavares foi exonerado do cargo, a seu pedido, esta sexta-feira, mas em 02 de março o executivo açoriano já tinha anunciado que seria exonerado.
“A secretária regional da Cultura, da Ciência e Transição Digital, Susete Amaro, solicitou ao presidente do Governo [Regional] a exoneração com efeitos imediatos do diretor regional da Cultura, Ricardo Tavares, pedido aceite por José Manuel Bolieiro”, indicou, na altura, o Governo Regional.
Para o líder do maior partido da oposição, a forma como decorreu este processo acabou por descredibilizar “o próprio [diretor regional], a coligação, a secretária regional da tutela e o presidente do Governo”.
Vasco Cordeiro, que liderou, com maioria absoluta, os últimos dois governos regionais do PS, de um ciclo de 24 anos de governação socialista, responsabilizou os partidos da coligação e os deputados que suportam o executivo no Parlamento (Chega, IL e independente) pela atual situação, mas garantiu que o PS se deve manter como referencial de “tranquilidade, de coesão e de sentido institucional”.
O presidente do PS/Açores criticou o executivo açoriano por decidir aspetos centrais para o futuro da região “sem qualquer ponderação, reflexão ou sentido estratégico”, dando como exemplo a anteproposta do Programa Operacional (PO) Açores 2030.
“Este PO é uma cópia, mais uma vez de má qualidade, daquilo que foi feito no anterior Programa Operacional, mas também daquilo que são as opções da União Europeia ou das opções definidas a nível nacional”, apontou.
Outro exemplo da degradação do atual executivo, segundo Vasco Cordeiro, foi a recente discussão no Parlamento açoriano do sistema de incentivos para a aquisição de painéis fotovoltaicos (SOLENERGE), em que o Governo Regional “se confirmou incompetente para discutir uma medida deste tipo e apenas queria valer-se da sua maioria”.
O líder socialista acusou o Governo Regional de ter desrespeitado o Estatuto Político-Administrativo dos Açores por não ter visitado a ilha do Corvo, em 2021.
Deu ainda o exemplo de Lizuarte Machado, antigo deputado do PS e funcionário da empresa pública Portos dos Açores, para criticar o executivo açoriano por “ameaças veladas e de constrangimentos a funcionários”.
Numa carta enviada recentemente ao presidente do Governo Regional e aos deputados açorianos, Lizuarte Machado acusou a empresa em que trabalha de ter ameaçado instaurar um processo disciplinar por “deslealdade e declarações insidiosas” contra o secretário da tutela e o conselho de administração, na sequência de um comentário na rede social Facebook.
Lusa