O hemiciclo açoriano debateu hoje, por proposta do PS, os impactos na região das políticas do Governo da República liderado por António Costa, isto a menos de um mês das eleições legislativas.
O líder parlamentar do PS/Açores, Francisco César, valorizou a ação do Governo da República para com o arquipélago nos últimos quatro anos, mas a oposição defendeu que o debate reveste-se de um “objetivo eleitoralista e propagandístico”.
No arranque da sessão, Francisco César traçou uma “avaliação positiva” do executivo socialista nacional e, mesmo reconhecendo que “não há governos perfeitos”, apresentou “dez prioridades” para a região nos próximos tempos.
A gestão açoriana do mar, o interesse da região no Plano Nacional de Investimentos, a criação de um círculo eleitoral dos Açores para o Parlamento Europeu, o reforço da Política de Coesão ou o melhorar de condições de acessibilidade de pessoas e cargas foram algumas das ideias apresentadas pelo líder da bancada socialista.
“Mas para falarmos do futuro temos de reconhecer o caminho que trilhámos nos últimos quatro anos”, advertiu, antes de elencar evoluções em campos como a economia, a confiança no funcionamento das instituições democráticas ou a “complementaridade entre o Serviço Nacional de Saúde e o Serviço Regional de Saúde”.
A oposição, contudo, teceu críticas a vários argumentos do socialista, trazendo ainda para debate declarações recentes do secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, sobre o subsídio social de mobilidade.
“Novamente estamos nesta casa a discutir uma temática que o PS levanta somente com um objetivo eleitoralista e propagandístico, sem qualquer veracidade dos acontecimentos”, começou por dizer o deputado único do PCP no parlamento açoriano, João Paulo Corvelo.
O comunista assinalou ainda a “marca do PCP” em diversos “feitos concretizados” na Assembleia da República em prol dos Açores, facto que o PS/Açores “se esqueceu” de referir.
Já o líder da bancada do PSD/Açores, Luís Maurício, afirmou que o PS/Açores “está muito empenhado em defender este Governo da República, mas fica muito acanhado sempre que o Governo da República afronta os Açores”, falando o social-democrata no subsídio social de mobilidade e nas críticas ao modelo recentemente tecidas por António Costa.
O Bloco de Esquerda, por António Lima, disse não ter “qualquer dúvida” que o “impacto de parte importante das políticas seguidas pelo Governo da República foram positivas” para os Açores, tecendo comparações com a “política do desastre que foi a anterior governação” nacional, de PSD e CDS, “que provocou dor e sofrimento desnecessários e que não poupou os Açores”.
O CDS-PP, pela deputada Graça Silveira, lembrou o legado de Assunção Cristas como ministra do Mar, e posteriormente o também centrista Artur Lima dirigiu-se ao Bloco de Esquerda para lembrar propostas pelos Açores do CDS na Assembleia da República, em sede de discussão de Orçamento do Estado, chumbadas pelos bloquistas.
Já o deputado único do PPM na Assembleia Legislativa dos Açores, Paulo Estêvão, interveio no começo do debate lembrando ser candidato pelos monárquicos às legislativas de outubro e criticando em concreto o presidente do PSD, Rui Rio, que esteve recentemente em São Miguel e demonstrou ser um “anti-autonomista”.
Lusa