“Não é aceitável que, para fazer campanha pelo PSD, Berta Cabral tenha passado 20 dias úteis fora da Câmara de Ponta Delgada, dos quais 18 fora da ilha de S. Miguel, e sempre ao serviço do partido”, referem os vereadores socialistas num comunicado enviado à Lusa, citando a posição defendida na reunião do executivo camarário.
Para os vereadores eleitos pelo PS, esta situação “confirma que se tornou incompatível a acumulação das funções de presidente de câmara com a presidência do PSD/Açores”.
“Nos últimos quatro meses, a presidente da câmara esteve ausente um mês da autarquia, da qual recebe um remuneração para governar a tempo inteiro”, acrescenta o documento, onde os vereadores socialistas defendem a “saída de Berta Cabral da presidência da câmara e a sua substituição por um presidente a tempo inteiro”.
Contactada pela Lusa, Berta Cabral considerou ser “uma enorme injustiça que os vereadores do PS se entretenham a fazer esta contabilidade e não façam a contabilidade dos dias de férias, dos fins-de-semana e dos serões” em que trabalhou para o município.
Berta Cabral revelou à Lusa que, desde que assumiu a presidência da Câmara de Ponta Delgada, não gozou nenhum dia de férias em 2002, 2006 e 2007, apenas gozou dois dias em 2009, quatro dias em 2008 e cinco dias em 2003.
A autarca revelou ainda que gozou oito dias de férias em 2004, seis em 2005, 12 em 2010 e 16 em 2011, acrescentando que este ano já gozou seis dias de férias para a realização de atividades partidárias.
“Sinto uma enorme mágoa, orgulho-me de ser uma pessoa que deu muito ao município”, afirmou Berta Cabral, acrescentando que as críticas feitas pelos vereadores socialistas a fazem sentir “injustiçada e magoada”.
Lusa
