Na declaração política que apresentou perante o plenário da Assembleia Legislativa Regional, Berto Messias reconheceu que “o PSD ganhou e o PS perdeu”, mas salientou que o PSD “beneficiou claramente do voto punitivo no Governo da República, obrigado a tomar medidas necessárias, mas de grande contestação social”.
Berto Messias elogiou José Sócrates, que considerou ser “um aliado da autonomia e dos Açores”, frisando ser “inquestionável o seu empenho e determinação em questões centrais para a Região”.
Para o líder parlamentar do PS/Açores, mais preocupante do que a derrota dos socialistas nas legislativas é a elevada abstenção. Por isso, defendeu que esta pode ser reduzida com um regresso “à política baseada nas pessoas e para as pessoas, que se centra na resolução dos problemas da sociedade, na lisura de procedimentos e no rigor da atuação”.
Berto Messias reafirmou o empenho dos socialistas na defesa dos interesses dos Açores, referindo que, no novo ciclo político nacional que se inicia, é necessário esclarecer questões fundamentais para a região.
Entre outras, apontou a regionalização dos aeroportos açorianos na sequência da privatização da ANA, o destino da RTP/Açores ou o cumprimento da Lei de Finanças Regionais.
“Percebemos bem o momento difícil em que vive Portugal, mas esta realidade não pode ser motivo para descurar a discriminação positiva que uma região ultraperiférica tem de ser alvo por parte do Governo nacional”, afirmou.
Nesse sentido, assegurou que os socialistas aceitam os “sacrifícios que terão de ser tomados”, mas não que os Açores sejam “uma espécie de fardo do qual Portugal terá de se libertar em nome da recuperação das finanças públicas nacionais”.
Na resposta, Duarte Freitas, do PSD, frisou que “a cara de quem ganha não é igual à cara de quem perde”, salientando a satisfação dos social-democratas pelos resultados eleitorais.
Por seu lado, Aníbal Pires, do PCP, alertou que “o povo sabe em quem vota”, defendendo que as eleições legislativas de domingo não foram “as primárias das regionais de 2012”.
Paulo Rosa, do CDS-PP, considerou que o eleitorado escolheu o PSD para “correr com José Sócrates”.