O Presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, reiterou hoje o “projeto afirmativo” do atual Executivo, com medidas em prol dos açorianos, sublinhando que “nesta coligação temos a certeza do nosso percurso”.
Bolieiro, que respondia a Vasco Cordeiro, que o incitou a divulgar aos açorianos “os custos das negociações para a aprovação” do Plano e Orçamento para 2022, afirmou que o Governo “está a mudar paradigmas”, e que “a mudança de paradigmas ou tem uma alternativa com paradigma diferente ou tem um efeito reversivo. É este o esclarecimento que os açorianos precisam e estou aqui pronto para dar”.
O PS está em “desespero” pela “perda de poder”, reiterou José Manuel Bolieiro, que valorizou no hemiciclo “o desígnio dialogante do Executivo”, nomeadamente com as alterações feitas entre a anteproposta e a proposta de Plano e Orçamento, e lembrou a “legitimidade democrática e parlamentar” do XIII Governo Regional dos Açores.
“É por isso o epíteto que mais demonstra a sua atitude, senhor deputado, e a do PS: a arrogância da maioria absoluta, o desespero da perda do poder. Tem sido pois a matriz principal da atuação argumentativa com que se tem apresentado”, disse ainda o governante.
Mas para o líder parlamentar do PS, “esta solução governativa obriga a negociações”, e contestou que essas negociações “sejam à socapa…pouco transparentes, que criem a ilusão que não se cede, quando já está tudo combinado para que se ceda”, considerando Vasco Cordeiro, que “isso é enganar os açorianos”.
“O que estamos a assistir é a um jogo de sombras, em que cada um acha que se o outro não souber que cedeu, está tudo bem. E o problema está aí, na opacidade, na falta de transparência das negociações a que se tem assistido para que este Governo, pura e simplesmente, se mantenha no poder”, realçou o presidente do GPPS, acusando os partidos da direita de transformarem o Plano e Orçamento em “algo de secundário”, porque “o que interessa é sair desta sala com o Governo ainda em funções, sem estes documentos reprovados, sem interessar qual é o custo”.
Também António Lima, do Bloco de Esquerda questionou o Presidente do Governo, sobre a “exigência de remodelação do Governo” feita pelo Chega. “Já que, pelos vistos, quem manda no governo e anuncia as remodelações, como se fosse o seu chefe, é o Chega, o senhor ao menos seja porta-voz desta remodelação e diga qual daqueles senhores e daquelas senhoras” que estão na bancada do governo “estão ali a mais e vão-se embora”, reforçou o deputado do BE.
Bolieiro garantiu que “em qualquer circunstância em que o parlamento possa dizer não [a este governo], voltaremos ao povo, que decidirá soberanamente o que é que pretende. É assim a nossa coragem política como também é assim a nossa humildade democrática de ouvir, concertar e garantir consensos porque a estabilidade é também um bem político”.