O Bloco de Esquerda votará contra o Plano e Orçamento para 2020, que se encontra em discussão na Assembleia Regional, por ser “continuador das desigualdades sociais”, disse António Lima na sua intervenção final, afirmando que o partido está disponível para discutir “as melhores soluções para melhorar a vida das pessoas”, mas que o PS, “por força da maioria absoluta que legitimamente detém, não precisa, nem quer aceitar as propostas do Bloco de Esquerda”, acusa.
O líder do BE, considera que o partido apresentou propostas concretas “compatíveis com um orçamento de esquerda”, mas que, “para prejuízo dos Açores, o PS não aprova qualquer proposta substantiva do Bloco de Esquerda”, porque “afrontam interesses instalados, reforçam a transparência e contemplam rupturas na economia para atingirmos novos patamares de desenvolvimento, de resposta social e mais rendimento para quem trabalha”.
“Não podemos aceitar que os Açores estejam no topo das desigualdades sociais e que o risco de pobreza seja o maior do país”, disse António Lima, acrescentando que neste contexto de urgência social são necessárias medidas como as que propõe o Bloco de Esquerda: creches gratuitas para rendimentos até ao 4º escalão do IRS como 1º passo para a gratuitidade da creche para todas as crianças, o aumento de 15 euros no cheque pequenino, o aumento para 7,5% do acréscimo ao salário mínimo, e a criação de uma bolsa regional pública de habitações a preços acessíveis, com 100 habitações já no primeiro ano.
António Lima criticou a postura do PS perante as propostas do BE e apontou vários casos concretos em que o PS rejeitou propostas do BE para, algum tempo depois, apresentar propostas no mesmo sentido: a recapitalização pública da SATA, a realização de estudo pelo LNEC ao Porto da Horta e a implementação de soluções alternativas à incineração prevista para São Miguel.
“Esta pequena resenha de situações concretas é elucidativa de que as propostas do Bloco de Esquerda são sérias, exequíveis e que concretizadas no momento em que são apresentadas, poupariam recursos melhorariam a vida dos açorianos e açorianas”, disse o deputado do BE.
António Lima deixou críticas ao Orçamento por dar apoios às empresas para fazerem contratos precários com os trabalhadores, por atribuir verbas aos hospitais que continuam a ser inferiores às suas despesas, por não aproveitar o potencial económico do mar, e por colocar em risco a mobilidade dos açorianos ao prever a privatização da SATA.