“O que farei é aguardar a indigitação presidencial e só depois disso procederei a consultas com os restantes partidos, e julgo que é esse o dever de quem ganhou as eleições, não com a maioria absoluta, mas com uma maioria relativa”, afirmou, numa conferência de imprensa no Hotel Altis, em Lisboa.
À esquerda, os entendimentos estão mais complicados, uma vez que PS e BE juntos não ultrapassam os 112 deputados. Seria necessário que os socialistas recolhessem os quatro mandatos da emigração para alcançar uma maioria absoluta em conjunto com os bloquistas, um cenário improvável. Os deputados somados do PS e CDU não ultrapassam também os 111, longe da maioria.
Cenário também improvável é de um acordo alargado à esquerda entre PS, bloquistas e CDU, tendo em conta o que que foi defendido pelos três partidos durante a campanha eleitoral.
A possibilidade de o PS governar sozinho com entendimentos pontuais no Parlamento com o CDS-PP em diplomas importantes ganha assim maior peso, até porque o líder dos centristas inscreveu na moção de estratégia sufragada pelos militantes que o partido se encontra equidistante de socialistas e sociais-democratas.
De acordo com a legislação, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, apenas poderá convidar o novo primeiro-ministro a formar Governo depois de publicados os resultados das eleições legislativas em Diário da República, o que deverá ocorrer no máximo até 17 de Outubro.
Contudo, o chefe de Estado poderá começar a ouvir informalmente os partidos sobre os resultados das eleições logo após o fim do apuramento dos resultados verificados nos círculos da emigração (a 07 de Outubro).
Lusa