A proposta socialista contraria uma directiva comunitária, recentemente aprovada, que permite aos empresários de toda a Europa, aplicarem taxas nas transacções comerciais que envolvam pagamento com cartão multibanco.
Francisco César considera que essa nova taxa “não faz sentido”, na medida em que, até agora, as comissões que os empresários têm de pagar à SIBS (empresa que gere o sistema interbancário de serviços multibanco), “já era reflectida no preço final dos produtos”.
“Nós não estamos aqui a falar de direitos fundamentais, nem de receitas do Estado, estamos a falar de relações comerciais, portanto, de uma matéria sobre a qual o Estatuto Político-Administrativo nos permite agir”, explicou Francisco César, lembrando que a Região “tem competência” para transpor directivas comunitárias.
Segundo Francisco César, essa tramitação legislativa só permitiria discutir e votar a proposta em 2010, na medida em que o único plenário do Parlamento previsto para este ano (marcado para 24 de Novembro), está reservado, exclusivamente, para a discussão e votação das propostas de Plano e Orçamento para o ano que vem.
“O que nos pareceu mais óbvio foi apresentar uma proposta de alteração ao Orçamento Regional, no sentido de fazer essa alteração, para que tão cedo quanto o dia 1 de Janeiro de 2010, nós pudéssemos proibir este tipo de taxas”, frisou.
Confrontado pela Lusa com a intenção do PS de apresentar esta proposta, o presidente da Câmara do Comércio e Indústria dos Açores (CCIA), Mário Fortuna, recusou-se a fazer comentários, embora se tenha manifestado surpreso pelo facto da Região ter poderes para contrariar uma directiva comunitária.
Lusa