O Partido Socialista dos Açores diz que, apesar de a construção civil atravessar dificuldades neste momento, será possível relançar o setor na região, lembrando que em 2014 entra em vigor um novo Quadro Comunitário de Apoio.
A direção do grupo parlamentar do PS na Assembleia Legislativa açoriana reuniu-se hoje com a Associação de Industriais e da Construção Civil e Obras Públicas dos Açores (AICOPA), em Ponta Delgada, a quem transmitiu uma “mensagem de confiança e otimismo no futuro”.
“Estamos a preparar um novo Quadro Comunitário de Apoio [2014-2020], uma Carta Regional das Obras Públicas e, portanto, achamos que pelo menos a médio prazo será possível relançar um setor que é muito importante e vai continuar a ser muito importante”, disse aos jornalistas o vice-presidente da bancada do PS no parlamento açoriano José San-Bento.
O deputado destacou que o setor tem uma grande importância na economia regional, a nível do emprego e do rendimento das famílias, atravessando dificuldades neste momento por as obras privadas terem desaparecido, as municipais terem “decaído muito” e apenas o Governo dos Açores manter níveis de investimento que considerou altos, apesar de estar prevista uma diminuição de 10% em 2013.
José San Bento disse que há “muitas obras que vai ser possível financiar” e destacou que as autoridades regionais têm centrado a sua “atenção na reabilitação urbana, onde também será importante uma cooperação com os municípios” e há “também muitas obras de conservação” a fazer.
“Não vale a pena introduzir um discurso como sendo o fim das obras públicas a prazo. Não é verdade, é um setor importante e vai continuar a ter muita importância”, reiterou.
Sobre a reunião com a AICOPA, disse que a associação lhes deixou algumas sugestões, que os socialistas vão analisar.
A direção da AICOPA pediu audiências a todos os partidos representados no parlamento açoriano, tendo reunido na quinta-feira com o PSD, cujo líder, Duarte Freitas, apelou, no final do encontro, a que não se repitam “erros trágicos” do passado nos Açores e as obras sejam “subdivididas”, para não excluírem os construtores locais.
Confrontado com estas afirmações, o vice-presidente da bancada socialista disse que o PS e o Governo Regional procura sempre defender as empresas dos Açores.
José San Bento acrescentou que “para quem está na oposição” é “muito fácil” fazer uma afirmação destas que, porém, “não passa no teste da realidade” porque não tem em conta o “contorno jurídico que enquadra” hoje o setor da construção civil.
O responsável referiu que há normas que têm a ver com a concorrência no seio da União Europeia e do país que têm de ser respeitadas.
O presidente da AICOPA, por seu turno, disse na quinta-feira que a associação está a transmitir aos partidos “angústias e problemas” do setor, depois de ter feito o mesmo com diversas entidades regionais.
Pedro Marques destacou que o principal problema é a “falta de trabalho” e “o fosso entre dois quadros comunitários”.
“Estamos em maio e o volume de trabalho que tem saído não é nada do que estávamos habituados”, afirmou, dizendo que, por outro lado, “o setor privado não arranca”.
Lusa