“Não discutimos pessoas, aquilo que nos interessa são as políticas e independentemente desta ou de qualquer outra demissão, aquilo que nos parece que está errado no Governo da República são as suas opções políticas e as políticas que tem desenvolvido e que estão, de facto, a empurrar o nosso país para uma situação muito difícil”, salientou, em reação à demissão na quinta-feira do ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas.
Berto Messias, que respondia a perguntas dos jornalistas numa conferência de imprensa em Angra do Heroísmo, salientou, contudo, que Miguel Relvas esteve associado a algumas questões que o “desgastaram muito” e que “descredibilizaram profundamente o Governo da República e até a atividade política”.
O líder parlamentar do PS no Parlamento Regional considerou também que o ministro esteve ligado a dossiês e reformas, que “correram mal, foram mal feitas e decorreram de uma ignorância e de um desconhecimento profundo”, referindo-se, em relação ao arquipélago, à reforma autárquica e às mudanças na RTP/Açores.
Miguel Relvas apresentou na quinta-feira a sua demissão do Governo, ao fim de 22 meses e várias polémicas, garantindo que sai por “vontade própria” e por falta de “condições anímicas”.
Esta é a primeira demissão de um ministro no Governo de coligação PSD/CDS liderado por Pedro Passos Coelho. Até agora, as quatro anteriores mexidas no executivo apenas tinham afetado secretarias de Estado.
O Ministério da Educação anunciou também na quinta-feira que vai enviar para o Ministério Público o relatório da Inspeção-Geral de Educação e Ciência (IGEC) que envolve a licenciatura de Relvas, para que este decida sobre a “invalidade de um ato de avaliação de um aluno”.
No relatório, a IGEC propõe a declaração da nulidade da licenciatura de Miguel Relvas.
Lusa
