O líder do PSD/Açores, Alexandre Gaudêncio, acusou a direção nacional do partido de dar “um papel de segunda” à estrutura, ao oferecer o oitavo lugar na lista às europeias, e admite que poderá não haver campanha no arquipélago.
A Comissão Política Nacional aprovou o princípio de que nas eleições europeias as regiões autónomas passam a ter um lugar nos lugares eleitos no mandato anterior e outro num “lugar importante”, tendo atribuído à Madeira o sexto lugar e aos Açores o oitavo, considerado já de muito difícil eleição.
“A primeira consequência é não indicarmos ninguém, porque não aceitamos lugares de segunda”, afirmou Alexandre Gaudêncio, em declarações aos jornalistas à entrada para o Conselho Nacional do PSD destinado a aprovar a lista das europeias, que decorre hoje em Coimbra.
O líder do PSD/Açores salientou que existia a “legítima expectativa” de a região ter um lugar elegível, quer devido à tradição existente no partido, quer pelo nome que indicaram, o antigo presidente da Assembleia da República João Bosco Mota Amaral.
“Infelizmente, esta tradição foi quebrada hoje, dissemo-lo olhos nos olhos em frente ao líder do partido e em frente de toda a direção nacional que, a partir deste momento, irá haver consequências políticas em relação à própria campanha das europeias”, afirmou.
Questionado que consequências serão essas, Alexandre Gaudêncio disse que ainda serão discutidas internamente, mas admitiu que “provavelmente será não fazer qualquer campanha política nos Açores”.
O presidente do PSD, Rui Rio, anunciou hoje a proposta da Comissão Política – que será votada esta noite pelo Conselho Nacional – para as europeias de 26 de maio, que será encabeçada pelo eurodeputado Paulo Rangel e terá como número dois a líder da juventude do Partido Popular Europeu, Lídia Pereira.
O PSD vai apresentar às próximas europeias uma lista paritária, que integra como número três o atual eurodeputado José Manuel Fernandes, a ex-ministra Graça Carvalho em quarto e o presidente da Câmara da Guarda, Álvaro Amaro, em quinto.
A eurodeputada Cláudia Aguiar, indicada pela Madeira, será a sexta candidata do PSD ao Parlamento Europeu, seguida, no sétimo lugar – já considerado de eleição incerta – pelo atual eurodeputado Carlos Coelho.
Há cinco anos, o PSD concorreu às europeias em coligação com o CDS-PP e ficou em segundo lugar com 26,7% (7 eurodeputados, seis dos quais do PSD), atrás do Partido Socialista.
Lusa