“Muitas vezes as empresas não são viáveis porque não se lhes dá um plano financeiro adequado às suas necessidades. Dão-se balões de oxigénio e isso é o pior que se pode fazer”, afirmou Berta Cabral aos jornalistas, após uma visita à fábrica da União de Cooperativas Agrícolas de Laticínios de S. Jorge (Uniqueijo).
A candidata social-democrata considerou que “os balões de oxigénio funcionam apenas num curto espaço de tempo” e se não se garantir a sustentabilidade futura “nunca se chega a ter uma empresa em condições de recuperar e navegar sozinha”.
“Para cada caso é preciso ter um plano financeiro de recapitalização, um plano de gestão devidamente acompanhado e no prazo de cinco ou dez anos já pode sair o capital de risco e deixar a empresa sozinha”, afirmou, mostrando-se contra a injeção de capital público sem estarem garantidas as condições de sustentabilidade e viabilidade das empresas apoiadas.
“Naturalmente que o injetar dinheiro é ao abrigo do capital de risco em que há um acompanhamento da gestão, em que há a introdução de técnicas e métodos para podermos garantir a viabilidade das empresas”, sustentou, alegando que o PSD já anunciou a criação de um fundo de fomento para criar mecanismos de apoio financeiro às empresas.
Na visita à Uniqueijo, que produz diariamente mais de 300 queijos de S. Jorge, Berta Cabral ficou a saber que a fábrica emprega 74 pessoas, recebe leite de 91 produtores e produz por ano 2.600 toneladas de queijo, que está à partida todo vendido dentro e fora dos Açores.
“As cooperativas de S. Jorge e a conserveiras são empresas exportadoras que devem ser muito apoiadas, porque precisamos de exportar para entrar dinheiro na nossa região”, disse, admitindo que no caso da Conserveira de Santa Catariana, presentemente nas mãos do Governo Regional, possa voltar aos privados no futuro quando recuperar a sua viabilidade económica.
Antes da visita à Uniqueijo, Berta Cabral almoçou com alguns empresários da ilha de S. Jorge a quem prometeu desburocratizar processos, adiantar apoios financeiros para que a economia açoriana reverta rapidamente a estagnação em que está mergulhada.
Lusa