Berta Cabral, que esteve reunida hoje com as associações agrícolas do Pico (no âmbito de uma série de encontros com instituições com vista à preparação do programa eleitoral do PSD para as regionais de 2012), entende que a agricultura picoense se debate com “problemas estruturais” atualmente.
“Por um lado, é a sala de desmancha do Matadouro do Pico que está subdimensionada para a quantidade de gado que é ali abatida”, sublinhou a líder regional dos sociais-democratas, lembrando que a fábrica de lacticínios da Lacto-Pico se debate com um problema inverso, ou seja, o “sobredimensionamento da sua unidade fabril”.
No entender de Berta Cabral, tanto uma situação como a outra estão a causar “constrangimentos” à agricultura do Pico, que poderia gerar “mais emprego e riqueza” se a sala de desmancha do matadouro pudesse “dar vazão” à quantidade de gado que necessita de transformar.
No caso da fábrica de lacticínios da Lacto-Pico, o problema reside no facto de a unidade fabril construída na ilha estar preparada para laborar “muito mais leite do que aquele que entra na fábrica”, situação que gera “desperdícios” ao nível do consumo de energia elétrica e “funcionalidade” da estrutura.
Em relação ao matadouro, Berta Cabral disse que “é preciso aumentar a sala de desmancha”, recordando que aquela unidade recebe gado para abate não apenas do Pico, mas também das ilhas do Faial e de São Jorge, enquanto em relação à fábrica de laticínios “é necessário repensar o projeto” e reduzir os custos de produção.
A líder do PSD/Açores defende ainda uma alteração de políticas no setor agrícola regional, assente em quatro pilares fundamentais: produção, comercialização, regulamentação e formação.
Melhorar os caminhos de penetração, reforçar a rede de abastecimento de água à lavoura, incentivar o associativismo na produção e comercialização, criar um organismo regulador da cadeira de valor e formar os agricultores, são alguns dos objetivos das alterações propostas pelos sociais-democratas.