O PSD/Açores denunciou hoje que o hospital da Ilha Terceira ficaria com a maioria dos blocos operatórios encerrados durante dois meses, mas a administração alega que é um procedimento habitual nas unidades de todo o país.
“Recebemos informação que a maioria dos blocos operatórios, durante dois meses, vai estar encerrada, e que vai haver só um bloco operatório de urgências. Será assim ou não? É preciso esclarecer”, frisou o deputado no Parlamento açoriano António Ventura, em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita ao Centro de Oncologia dos Açores, em Angra do Heroísmo.
No entanto, questionada sobre estas afirmações, a diretora clínica do Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira, Leonor Bettencourt, disse que “isso é totalmente falso”, acusando o deputado social-democrata de falar “sem entender do assunto”.
De acordo com Leonor Bettencourt, a redução da atividade do bloco operatório acontece “todos os anos no verão”, de 15 de julho a 15 de setembro, “para otimizar recursos”, tendo em conta que a maioria dos funcionários, médicos e enfermeiros tira férias neste período.
A diretora clínica do Hospital da Ilha Terceira salientou que esta norma de gestão é aplicada “em todo o país”, assegurando que se mantém a atividade cirúrgica não urgente.
Das três salas do bloco operatório que funcionam habitualmente no hospital da Ilha Terceira, apenas uma ficará encerrada neste período, segundo Leonor Bettencourt.
Os deputados do PSD na Assembleia Legislativa açoriana eleitos pela ilha Terceira reuniram-se hoje com a administração do Centro de Oncologia dos Açores, que poderá deixar de ter algumas consultas e serviços se avançar a proposta de reestruturação do Serviço Regional de Saúde que está em discussão pública.
Para os deputados do PSD, a concentração de consultas e serviços no Hospital da Ilha Terceira vai “prejudicar” os terceirenses.
“O que se está a fazer é a retirar serviços num centro que funciona bem para concentrá-los no hospital. Por exemplo, na questão da imagiologia, o que acontece no hospital é que há uma lista de espera de dois anos”, frisou António Ventura.
O deputado considerou que nos Açores se faz “tudo ao contrário do que é recomendado”, alegando que a proposta de reestruturação do Serviço Regional de Saúde contraria as indicações da Organização Mundial de Saúde, no sentido de se apostar mais na prevenção.
O deputado disse esperar, nesse sentido, que “os vários partidos políticos, a começar pelo PS, manifestem a sua indignação”.
Lusa