Os deputados do PSD/Açores eleitos pelo Faial denunciaram hoje que “há muitos alunos sem acesso ao ensino à distância na ilha”, questionando o governo regional “sobre as medidas, que consideramos urgentes, para fazer face à grande desigualdade que se verifica”, adiantam.
Em requerimento enviado à Assembleia Legislativa Regional, Carlos Ferreira e Luís Garcia dizem ter recebido “imensos contactos por parte de pais e encarregados de educação, transmitindo várias dificuldades no que respeita ao acesso dos seus educandos ao ensino à distância”, explicam.
Segundo referem, “há falta de equipamento para assistir às aulas. No caso do ensino básico, existem no Faial várias dezenas de crianças com necessidades a esse nível, e que já perderam as aulas ministradas na semana de 20 a 24 de abril”.
“Há ainda casos em que os pais têm computador, mas estão eles próprios em teletrabalho e a utilizar esse computador. E também famílias com computador, mas com dois ou mais filhos em percurso escolar diferente, pelo que só uma das crianças pode assistir, de cada vez, à sua aula”, relatam Carlos Ferreira e Luís Garcia.
Os social democratas dizem que “é urgente atender a estas circunstâncias para não aprofundar a desigualdade no acesso à educação”, salientando que “os docentes e toda a comunidade educativa de um modo geral estão a realizar um enorme esforço para colocar em prática a atual modalidade”.
Recordando que o ensino à distância é uma medida de contenção da propagação da Covid-19, os deputados mantém a dúvida “sobre o investimento do governo na aquisição de equipamentos informáticos para acorrer às necessidades, no atual contexto de pandemia”.
“É essencial assegurar o acesso de todos os alunos ao ensino à distância, sob pena de se criar mais um fator de aprofundamento do fosso social”, afirmam.
Assim, querem saber se o governo regional “apenas reafetou os equipamentos informáticos adquiridos no início do ano letivo para formação em informática no 1º ciclo, não adquirindo qualquer equipamento para o ensino à distância, pelo menos na ilha do Faial”.
Aliás, os social democratas questionam mesmo se a tutela “tem conhecimento do que se passa a esse nível, e nos vários graus de ensino no Faial. Quantos alunos foram identificados com dificuldades, quantos computadores foram adquiridos, e quantos foram entregues a alunos locais?”, perguntam.
Carlos Ferreira e Luís Garcia lembram ainda que “houve autarquias e outras instituições que adquiriram equipamentos para acesso ao ensino à distância, designadamente às aulas síncronas, pelo que deduzimos que o governo também o podia e devia ter feito, a tempo”, concluem.