“O PS cerceou o objeto da comissão, impedindo que pudesse avaliar matérias importantes como o endividamento do Serviço Regional de Saúde [SRS], as responsabilidades futuras e o subfinanciamento”, afirmou Pedro Gomes, deputado regional do PSD, na discussão sobre o relatório final da comissão.
Pedro Gomes salientou que o SRS tem “a maior dívida de sempre, que o Governo Regional sempre ocultou do parlamento e dos açorianos”.
No mesmo sentido, Artur Lima, do CDS-PP, considerou que o PS “blindou o acesso a mais dados, mais informação e mais pessoas que deveriam ter sido ouvidas”, acrescentando que a comissão deveria ter ouvido “gente com responsabilidade pelas atitudes que tomou e que o PS protegeu”, não permitindo que fossem chamados à comissão.
Esta comissão, proposta pelo PSD, pelo CDS-PP, pelo PCP e pelo PPM, abrangeu questões como a adjudicação do sistema de informatização do SRS, os processos do Centro de Radioterapia e do Centro de Medicina Nuclear, a parceria público-privada do novo Hospital da Terceira e obras de remodelação de unidades de saúde.
Para José San-Bento, do PS, as críticas da oposição não têm razão de ser porque “a comissão cumpriu os objetivos definidos”.
“O endividamento do SRS não foi analisado, não porque o PS não quis, mas porque os proponentes não incluíram esse tema na resolução que criou a comissão”, afirmou.
José San-Bento recordou que a comissão “analisou mais de 45 mil páginas de documentos” e “não encontrou nada que fundamentasse as suspeitas que levaram alguns partidos da oposição a propor a criação da comissão”.
“Não foram apuradas irregularidades nos processos analisados pela comissão”, frisou.
Por seu lado, o secretário regional da Saúde, Miguel Correia, manifestou “satisfação” com as conclusões da comissão, considerando que a oposição ficou “incomodada” com os investimentos que este executivo realizou no setor.
Lusa